Enquanto os consumidores enumeram motivos para guardar moedas, comerciantes se desdobram para consegui-las e fornecer o tão pedido troco. "Diariamente, nossos caixas pedem para que os clientes tragam de casa. Mas só isso não basta", conta Luiz Fernando Prepichini, gerente do supermercado Gasparin, do bairro curitibano Boa Vista. "Precisamos pegar em bancos, distribuidoras de doces, garagens de ônibus. Normalmente são clientes do mercado, que sabem que a gente precisa e já reservam algumas moedas", explica.
Selvino Alban, proprietário de uma lanchonete no centro de Curitiba, reclama que está cada vez mais difícil conseguir grandes volumes de moedas onde, era de se esperar, elas deveriam ser facilmente encontradas: na rede bancária. "Esses dias não tinha no banco. Aí a gente recorre aos vizinhos, lotéricas, terminais de ônibus." Quem trabalha em bancas de revista, no entanto, têm poucas reclamações em relação à falta de troco: como vendem muitas miudezas, como balas, gomas de mascar, chocolates, doces e cigarros avulsos, as bancas costumam ser beneficiadas com os trocados dos consumidores e, por isso, são muito procuradas pelos vizinhos que precisam de moedas.
Mas há um tipo de moeda que falta. "A dificuldade que temos é com as moedas de um centavo", explica Salete Olivatto, que tem uma banca em frente ao Centro de Convenções de Curitiba. Isso porque, segundo ela, muitas revistas têm preços "terminados em 99 centavos" e poucos clientes abrem mão desse troco, que além de tudo é muito baixo para ser dado na forma de bala. Ela explica porque o dia mais complicado é a segunda-feira: "Acho que no fim de semana os pais dão seus trocadinhos para os filhos, e depois ficam sem."



