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Há anos a indústria de cartões vem apostando em vão no rápido aumento do uso de celulares para pagar compras no Brasil, mas a movimentação de gigantes globais de tecnologia e a iminência da chegada ao Brasil de soluções como Apple Pay, Beacon PayPal, Google Wallet e Samsung Pay podem mudar essa realidade.

Pelo menos é nisso que aposta a representante no Brasil da espanhola Seglan, de soluções para meios de pagamento móveis. No país desde o final de 2013, a companhia vem conversando com grandes bancos locais, interessados em alternativas aos acordos que já têm com operadoras de telefonia.

“Os modelos de pagamentos móveis até agora não pararam em pé pelas dificuldades de interação tecnológica e do modelo de remuneração nos contratos entre os bancos emissores dos cartões e as operadoras de telecomunicações”, disse o diretor da Seglan no Brasil, Rodrigo Borges.

A aposta da empresa é que sua solução, que permite aos bancos emissores terem completo controle da tecnologia NFC (de transmissão de dados entre aparelhos), por um valor fixo, é mais atraente do que a vigente na maior parte dos acordos, em que as instituições financeiras compartilham dados e receitas com as operadoras móveis.

Neste caso, em vez da intermediação de uma empresa de telefonia, a autorização é feita diretamente pelo banco emissor, por meio de um aplicativo instalado no telefone do portador do cartão, em contato com o POS, o aparelho que processa os pagamentos nas lojas.

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Barreiras

Quanto à resistência dos usuários ao uso dos meios móveis, seja por questões de segurança ou simples falta de hábito, outro item que tem sido um obstáculo para a expansão do serviço no Brasil, Borges avalia que isso tende a mudar com a chegada dos serviços de pagamentos móveis de gigantes como Google e Apple. “Elas são concorrentes, mas têm maior capacidade de mudar hábitos de consumo”, diz. “Tendem mais a nos ajudar”.

Para o executivo, o interesse dos emissores nacionais em ter um modelo próprio deve levá-los a criar soluções domésticas a soluções como Google Pay e Apple Pay, por exemplo. Estrangeiros que vêm ao país já tem feito pagamentos por meio desses serviços no Brasil.

O sócio-fundador da Seglan na Espanha, Imanol Garcia, no entanto, descarta uma concorrência direta com as gigantes de tecnologia. “É um modelo de negócios diferente”, disse.

Evolução

A ideia da Seglan é de que o Brasil vai gradualmente aderir ao uso mais intensivo dos smartphones, não apenas para pagamentos de compras com cartões de crédito e de débito, mas também para serviços públicos e até transferência de valores por meio de canais não bancários ou milhagens.

Na Espanha, o sistema de pagamentos com telefone celular é usado para pagar transporte público. No Quênia e na Indonésia, as pessoas fazem transferência de valores por smartphones.

Para Borges, pré-condições para uma expansão mais acentuada dos meios móveis para pagamentos já estão dadas no país, após anos de aumento da inclusão bancária, ao mesmo tempo em que tem havido forte aumento da troca de telefones mais simples por smartphones.

Enquanto negocia com bancos, a Seglan já firmou acordo com a Brasil Pré-pagos para parcerias com clubes de futebol, por meio das quais usuários poderão usar a tecnologia para entrar em estádios em dias de jogos.

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