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Considerado prejudicial pelos exportadores, o dólar baixo facilitou a aquisição de produtos no exterior, o que explica o forte crescimento das importações paranaenses em 2006. Até certo ponto, comprar mais no exterior pode ser positivo para a indústria local – o problema é que o Paraná parece não estar aproveitando a oportunidade. A importação dos chamados bens de capital (máquinas e equipamentos), que geralmente significa aumento da qualidade dos produtos e da competitividade da indústria, até cresceu entre janeiro e novembro, atingindo pouco mais de US$ 1,1 bilhão. Mas foi um avanço muito discreto, de apenas 5%, principalmente se comparado ao desempenho das demais categorias de produtos.

A compra de bens intermediários (matérias-primas usadas pela indústria) no mercado externo cresceu mais, atingindo quase 10%. Isso significa que, para compensar a queda da receita com as exportações, as empresas podem estar aumentando o uso de insumos e componentes importados – que ficaram mais baratos. Quem perde, neste caso, são os fornecedores locais desses mesmos produtos.

O mesmo vale para a importação de bens de consumo (produtos acabados), que quase duplicou entre 2005 e 2006 e pode estar reduzindo o mercado de fabricantes locais. Contribuiu para isso o impressionante aumento da compra de automóveis, que está quase dez vezes maior que em 2005. Os carros com motor entre 1,5 litro e 3 litros são agora o segundo produto mais importante da pauta de importações do estado – mas bem atrás do petróleo, que é usado principalmente pela Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, e representa mais de 20% das importações paranaenses.

Não é à toa que a Nigéria é quem mais exporta para o Paraná, uma vez que o país africano vende basicamente petróleo. Entre os 15 maiores fornecedores do estado, apenas quatro reduziram suas vendas em 2006: Alemanha (que sofreu o impacto da queda das compras das filiais paranaenses da Bosch e da Siemens), Suécia (provavelmente afetada pela redução das importações da fábrica da Volvo), Japão e Espanha. (FJ)

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