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São Paulo – O Banco Central mais uma vez atuou fortemente no mercado de câmbio. Em fevereiro, a autoridade comprou US$ 8,819 bilhões, o maior valor já registrado em um único mês desde o início do regime de câmbio flutuante, em janeiro de 1999. É o terceiro recorde consecutivo. Em janeiro, as compras somaram US$ 4,832 bilhões.

O BC tem aumentado suas compras na tentativa de evitar a valorização do real frente ao dólar. No entanto, o efeito não tem sido o desejado. No final de fevereiro a moeda norte-americana fechou a US$ 2,121 e, na quinta-feira, terminou o dia cotada a US$ 2,061.

A atuação do BC fez o estoque de moeda estrangeira chegar a US$ 101,070 bilhões. Neste mês, com as operações já realizadas até o dia 21, as reservas somam US$ 107,116 bilhões. Além das aquisições no mercado de câmbio, os recursos das captações externas também ajudam a aumentar os ativos do BC em dólar.

Apesar de todo o esforço, o real continua valorizado por dois motivos. Um é o bom resultado das exportações. O fluxo de dólares ao país trazido pelos empresários que vendem ao exterior faz com que o dólar permaneça em um patamar baixo.

O outro fator é a taxa de juros, hoje em 12,75% ao ano. Por estar acima da praticada em outros países, o BC favorece a entrada de dólares de investidores estrangeiros. Eles compram títulos da dívida interna, que oferecem uma remuneração em torno da Selic. Já a remuneração média das reservas está em 5% ao ano. Ou seja, para financiar a compra de moeda estrangeira o Brasil emite títulos da dívida interna e paga aos investidores que adquiriram esses papéis uma taxa de remuneração mais elevada do que aquela que irá remunerar as reservas internacionais. No entanto, para a equipe econômica, esse custo é encarado como um "seguro", já que o estoque de moeda estrangeira ajuda o país em caso de alguma crise externa.

A dívida externa brasileira apresentou um leve recuo entre dezembro e fevereiro, passando de US$ 172,458 bilhões para US$ 170,016 bilhões. O endividamento do setor público com vencimento no médio e longo prazo em dezembro era de US$ 76,263 bilhões, contra US$ 75,543 bilhões no mês anterior.

Forte recuo teve a dívida das empresas. A que vence no médio e longo prazo caiu de US$ 76,003 bilhões para US$ 71,239 bilhões. A de curto prazo subiu de US$ 20,192 bilhões para US$ 23,234 bilhões.

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