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Falta de concorrência contribui para o problema; saída pode estar em mercados menores
A falta de concorrência também pode estar entre as causas dos preços altos nos supermercados do litoral. A rede mais representativa na região é a Supermar, que tem unidades em Matinhos e Pontal do Paraná. A rede Brasão tem duas lojas em Matinhos e duas em Guaratuba.
A alternativa encontrada por parte dos veranistas é procurar pequenos mercados de bairro, onde os aumentos não são tão expressivos. É o que faz o técnico em eletrônica Mauro Nunes, que mora em Guaratuba há sete meses. Ele notou aumento principalmente no período de Natal e Ano Novo, e estima que as compras ficam até 40% mais caras durante a temporada. "Depois do Natal, quando esvaziou o litoral, houve promoções, mas o preço subiu novamente no Ano Novo", conta. Preparado para o carnaval, ele pensa em fazer um estoque. "Já vou aproveitar o que tiver de promoções agora", diz.
Levantamento feito pela Gazeta do Povo em supermercados do litoral mostra que a compra de uma cesta com 23 produtos básicos pode custar até 17% mais que a mesma aquisição, feita em Curitiba. A comparação foi feita com os preços divulgados no site Disque Economia, serviço da Secretaria Municipal do Abastecimento que pesquisa os preços em supermercados da cidade. Cooperam para o resultado o aumento na demanda, com milhares de veranistas que precisam se abastecer nos lojas locais, e a falta de concorrência entre os varejistas.
As diferenças aparecem principalmente no tomate, refrigerante, alguns produtos de higiene e carnes. Em Curitiba, por exemplo, o quilo custa R$ 2,39. No litoral, pode chegar a R$ 4,68 em mercados.
O economista Sandro Silva, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), diferentes motivos podem ser responsáveis pelo aumento de preços nessa época. Uma possível justificativa é que a temporada é um dos poucos momentos que os comerciantes têm para conseguir uma renda maior do que no restante do ano. Só que isso também tem uma questão negativa, para o consumidor. "Em alguns momentos o preço é tão alto que dificulta ao consumidor consumir e até mesmo permanecer no litoral", explica. "Comparando com o litoral de São Paulo e Santa Catarina, a estrutura de alguns locais do litoral do Paraná para os veranistas é extremamente precária", aponta.
Para evitar os preços altos, alguns consumidores preferem fazer as compras em outras cidades. O aposentado Ângelo Caron mora em Ipanema há três anos e optou por essa saída. "Para fazer compras grandes, vou para Paranaguá", relata. Os filhos, que moram em Curitiba, também costumam levar compras da capital quando o visitam.
O aposentado curitibano Luiz Gonzaga Dias é proprietário de um imóvel em Caiobá, e passa a temporada na praia. Parte das compras para o período é feita na capital. "Compro em Curitiba o que sei que vai estar mais caro, como o óleo de cozinha, a batata e a carne", diz.
A reportagem procurou as duas principais redes do litoral. A SuperMar não quis dar entrevista, mas representantes afirmaram apenas que o preço precisa ser elevado no verão porque os fornecedores reformulam suas tabelas a partir de dezembro. Além disso, o frete mais caro contribui para a diferença. Segundo Luiz Xavier de Lima, gerente de uma das lojas da rede Brasão, também aponta para os fornecedores, principalmente no setor dos frigoríficos e produtos hortigranjeiros. "Aumenta a demanda, e os fornecedores sobem as tabelas de preço nessa época", conta.
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