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Apartamento novo, confortável, condomínio com segurança, jardins bem cuidados, piscina e parque para as crianças. Para muitas pessoas, esse é o lugar ideal para morar e ver o filho crescer. Só que esse lugar fica cada vez mais difícil de ser encontrado por uma motivo inesperado: com os aumentos livres, os valores de muitas cotas de condomínios já superam os dos próprios aluguéis dos apartamentos.

É o que mostra uma reportagem divulgada na edição desta sexta-feira do Jornal Nacional. Um dos exemplos citados é o de Roselaine, que encontrou um apartamento dentro das expectativas de valor e de qualidade de moradia, mas que viu, incrédula, a cota de condomínio disparar nos últimos sete meses e ultrapassar o gasto com aluguel.

- Hoje, o meu aluguel é R$ 600 e o condomínio é R$ 832 - diz, desolada.

Pode parecer distorção, mas na verdade é o extremo de uma tendência do mercado imobiliário em várias cidades do país, segundo a análise do especialista em imóveis Ronaldo Neto Coelho Neto, do Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro.

Os contratos de aluguel, reajustados tradicionalmente pelo IGP-M, foram corrigidos ano passado em 1,22%. Já os custos de condomínio, que incluem por exemplo gastos com luz, água, segurança e funcionários subiram bem mais. Só o reajuste de energia elétrica no Rio foi de 17% no último ano.

- Essa disparidade entre as duas curvas, de aumento de aluguel e aumento de condomínio vai levar a irrealidades no mercado imobiliário seja no Rio de Janeiro, seja em qualquer outra cidade - alerta Ronaldo.

Um dos exemplos mostrados pela reportagem do Jornal Nacional, era o de um prédio de 30 apartamentos, dos quais cinco passaram quase três anos fechados, à espera de inquilinos que fugiam do valor do condomínio de quase R$ 400 por mês.

Um dos apartamentos chegou a ter o aluguel reduzido para R$ 350, R$ 50 a menos que o valor do condomínio. Mesmo assim, não apareceram interessados. A nova síndica decidiu então fazer mudanças: mandou embora funcionários que recebiam quase R$ 2 mil por mês e cortou gastos em excesso com água e energia, que levavam para o ralo o dinheiro dos moradores.

Além disso, convocou todos a participar de uma cruzada pela economia. Depois de um ano descobriu direitinho o que faz a cota de condomínio aumentar.

- A falta de participação dos moradores e a má administração da parte toda do síndico.

Tem que estar sempre fiscalizando tudo - conta Silvia Marzano, síndica.

A temporada de reajustes pequenos no valor dos aluguéis deve continuar em 2006. Nesta sexta-feira foi divulgada a prévia de fevereiro do IGP-M, que praticamente não teve variação: 0,03%.

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