A primeira reunião de ministros do Conselho de Defesa Sul-Americano, mantida de segunda-feira até ontem em Santiago, no Chile, mostrou que as disputas entre 5 de seus 12 países membros são um obstáculo para qualquer tentativa de cooperação militar imediata. Os ministros da Defesa do Equador, Javier Ponce, e da Venezuela, Ramón Carrizález - que é vice-presidente da Venezuela e ocupa a pasta da Defesa temporariamente - criticaram duramente a Colômbia, no último dia do encontro.
"Não se pode violar a soberania de um país sob pretexto de perseguição a um grupo irregular", disse Ponce. A declaração foi endereçada ao ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos que, dias antes, declarou a um jornal colombiano que seu país tem o direito de atacar as Forças Armadas Revolucionárias (Farc) mesmo que os guerrilheiros estejam escondidos num país vizinho.
Um ano atrás, a Colômbia destruiu um acampamento das Farc no norte do Equador e matou um dos principais líderes do grupo, Raúl Reyes. Em resposta, Equador e Venezuela ameaçaram revidar, até que um encontro do Grupo do Rio, na República Dominicana, esfriou a disputa.
"A política de extraterritorialidade da Colômbia não tem espaço num conselho como esse", disse Ponce. Segundo ele, a Colômbia "resistiu inicialmente a entrar no conselho porque não queria que esse problema fosse tratado multilateralmente".
Numa polêmica paralela, o ministro da Defesa do Chile, José Goñi descartou a possibilidade de retomar as negociações sobre os limites marítimos com o Peru, considerado um dos pontos mais sensíveis da política externa chilena. Goñi disse que "não há espaço" para a proposta conhecida como "dois mais dois", que reuniria periodicamente ministros de ambos os países para resolver suas disputas limítrofes. Esses encontros foram suspensos em janeiro, depois que Lima levou o caso ao Tribunal de Haia.
-
Esquerda usa falácia sobre facções para criticar PEC das Drogas
-
Prefeitos do RS indignados com governo Lula na tragédia; acompanhe o Sem Rodeios
-
Governo prepara auxílio direto às famílias do RS atingidas pelas enchentes
-
Estratégia pró-judicialização de Lula pode reduzir sua influência na disputa da presidência da Câmara
Aposentados de 65 anos ou mais têm isenção extra de IR, mas há “pegadinha” em 2024
Esquerda não gostou de “solução” para o rombo compartilhada por Haddad; o que diz o texto
A “polarização” no Copom e a decisão sobre a taxa de juros
Bolsonaro 5 x 4 Lula: BC se divide sobre juros e indica rumo após saída de Campos Neto
Deixe sua opinião