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Edifícios em construção em Curitiba: para representantes do setor, crédito e juro baixo – e não grandes obras públicas – foram responsáveis pelo bom desempenho no Paraná | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Edifícios em construção em Curitiba: para representantes do setor, crédito e juro baixo – e não grandes obras públicas – foram responsáveis pelo bom desempenho no Paraná| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Renda

Salário de admissão sobe 4,86%

O salários médios de admissão apresentaram um aumento real de 4,86% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Caged. Nesse intervalo, o valor subiu de R$ 783,08 para R$ 821,13. "Foi um crescimento acima da inflação. Isso é prova inequívoca da aceleração da economia", disse o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

De acordo com o ministro, o dado é positivo porque ele acompanha apenas o pagamento feito pela primeira vez ao trabalhador e isso revela, segundo ele, que, ao contrário do que sempre se disse, as novas contratações não estão sendo realizadas por salários mais baixos. Desde 2003, o salário médio de admissão subiu 29,14%, segundo o Caged.

Mulheres

O Ministério do Trabalho ainda divulgou que as mulheres tiveram aumento real de 4,33% nos salários médios no primeiro semestre, ante 4,86% dos homens. O único estado onde as mulheres ganham mais do que homens é Sergipe. O salário médio delas é de R$ 737,07 e o deles, R$ 639,97.

O Ministério do Trabalho anunciou ontem que foram criadas, no primeiro semestre de 2010, quase 1,5 milhão de vagas com carteira assinada no Brasil. O número, fornecido pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), é recorde para os seis primeiros meses do ano. E a atividade individual que mais contratou nesse período foi a construção civil, responsável por 15% das novas vagas tanto no país quanto no Paraná, que, entre janeiro e junho abriu 101 mil postos de trabalho.Para Euclésio Manoel Finatti, vice-presidente da área técnica de políticas e relações trabalhistas do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Paraná (Sinduscon-PR), o dado reflete o papel da construção como termômetro da atividade econômica do país. "Quando o país está bem, normalmente o setor cresce a taxas maiores que as da economia como um todo, mas quando a situação é ruim, o tombo da construção também é maior", descreve.

Em outras regiões do país, o crescimento da área foi alavancado por grandes obras. A construção das usinas hidrelétricas de Santo Antônio e de Jirau, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por exemplo, permitiu que Rondônia apresentasse o maior crescimento porcentual dos empregos formais no primeiro semestre do ano. No Paraná, Finatti não descarta o impacto que as obras na Refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, têm sobre as contratações, mas acredita que o mercado imobiliário ainda é o principal responsável pelas 15 mil vagas abertas pela construção civil no estado. "O Paraná não tem obras de vulto, temos apenas aqueles trabalhos básicos de infraestrutura do dia a dia", afirma. "Por outro lado, a taxa de juros e a oferta maior de crédito impulsionaram o mercado imobiliário", acrescenta.

Minha Casa, Minha Vida

Finatti ainda considera que o programa governamental Minha Casa, Minha Vida teve uma participação pequena nas contratações do semestre, mas acrescenta que esse impacto deve aumentar nos próximos meses. "Especialmente no interior temos algumas barreiras burocráticas. Em Curitiba e na região metropolitana temos a questão da disponibilidade de terrenos, que vêm se tornando mais escassos", explica.

Serviços

Na esteira do aquecimento do mercado imobiliário, a segunda atividade que mais abriu vagas no Paraná e no Brasil foi a de comércio e administração de imóveis – o saldo nacional foi de 178,2 mil novos trabalhadores na área. A atividade integra o setor de serviços, que criou a maior quantidade de postos formais de trabalho no primeiro semestre deste ano e também agrega as áreas de bancos, alojamento e alimentação, transporte e comunicação, medicina e odontologia, e ensino – o único que não teve desempenho recorde no semestre, e ainda por cima perdeu vagas no mês de junho.

"Eu previa mais, é verdade, mas isso não altera a previsão para o ano", disse ontem o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, sobre o resultado dos primeiros seis meses de 2010. A meta do governo é atingir 2,5 milhões de empregos novos este ano. Para este mês, Lupi fez um prognóstico otimista, acrescentando que a eleição tende a aquecer o mercado nas áreas de telecomunicações, gráficas e produção de papel e celulose.

Frustração O resultado nacional de junho – abertura de 212.952 postos de trabalho – interrompeu a curva de recordes dos primeiros cinco meses de 2010. Foram mais de 305 mil vagas em abril e quase 300 mil em maio. O mês passado frustrou também as expectativas relacionadas ao recorde histórico de junho, registrado em 2008, com a criação de 309,4 mil novos postos.

Para o economista Rafael Bac­ciotti, da consultoria Tendências, o número "evidencia uma redução do ritmo de crescimento da ocupação" e acompanha "o cenário de desaquecimento no segundo trimestre". O economista Sergio Vale, da MB Associados, afirma que a alta na geração de empregos "tende a permanecer nos próximos anos, mas não no nível atual".

Interior cria mais postos que grandes cidades

O interior empregou mais trabalhadores com carteira assinada na primeira metade do ano do que as regiões metropolitanas, segundo dados do Caged. "Em parte, isso ocorreu por causa do ciclo agrícola. Não sou especialista, mas vamos ter uma safra recorde de grãos este ano e isso ajuda a produção e a contratação", comentou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.

De acordo com o Caged, as áreas metropolitanas foram responsáveis pela criação líquida de 513.530 postos de trabalho de janeiro a junho, enquanto o interior gerou 677.585 postos no mesmo período.

Em números absolutos, os destaques das áreas metropolitanas foram São Paulo (219.334 postos), Rio de Janeiro (62.109 postos), Belo Horizonte (60.196) e Porto Alegre (46.363). Já as cidades do interior que se sobressaíram foram as de São Paulo (326.409), Minas Gerais (172.376) e Paraná (60.665).

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