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O discurso do ministro ocorreu durante evento de posse do novo diretor da Aneel, Reive Barros | Elza Fiúza/Agência Brasil
O discurso do ministro ocorreu durante evento de posse do novo diretor da Aneel, Reive Barros| Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil

O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) afirmou nesta sexta-feira (14) que, se o Brasil quiser aumentar a segurança elétrica, terá de investir mais. Esses custos, segundo ele, terão de ser pagos pelo consumidor.

"Se tivermos que ter uma sobra de energia elétrica para garantir uma segurança ainda maior do que temos hoje -e a que temos é grande e sólida- teremos de pagar por isso", disse.

"Se 126 mil MW nos bastam hoje, segurança maior seria termos 130 mil MW, 150 mil MW, 200 mil MW. Quanto custaria isso? E a quem? Ao consumidor", afirmou.

Para Lobão, o Brasil possui a quantidade necessária de energia para atender seu consumo. Mas à medida que se deseje investir mais no setor, será preciso "gastar muito mais".

"O que fazemos hoje está dentro das melhores práticas internacionais. Ninguém faz melhor que o Brasil. Isso é reconhecido até pela agência internacional de energia. O Brasil é um dos modelos", reforçou.

O discurso do ministro ocorreu durante evento de posse do novo diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Reive Barros.

"Estamos sujeitos a pequenos incidentes como os outros também estão. O que não podemos admitir é o descompasso. A desordem. Isso não temos. Temos o compasso e a ordem", concluiu Lobão.

Risco zero

Mais cedo, o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que nenhum sistema elétrico trabalha com "risco zero" de desabastecimento.

"Não existe [risco] zero quando você trata de probabilidade. Ninguém nunca projetou um sistema para ser [risco] zero", disse a jornalistas, questionado sobre nota de ontem do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico.

Ontem, o comitê, que reúne as principais autoridades do setor dentro do governo, divulgou nota dizendo, pela primeira vez, que existem riscos mesmo que baixíssimos de desabastecimento elétrico no país.

Avião

Lobão também disse que qualquer sistema elétrico no mundo está sujeito a dificuldades.

"Um avião não é feito para cair, mas ele sazonalmente cai. O que não se pode dizer é que ele todo ano tem que cair. Assim é o sistema elétrico brasileiro", afirmou.

"Estou querendo dizer, com isso, que o nosso sistema é firme, forte e é sólido. É robusto, mas diante de circunstâncias excepcionais ele pode sofrer abalos", concluiu.

Para o ministro, o caso do apagão que atingiu cerca de seis milhões de consumidores nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste está sendo "estigmatizado". O correto, para ele, seria chamar o caso de "interrupção temporária de energia".

"Para mim aquilo [apagão] é um neologismo com intenção de estigmatizar o episódio", disse. "Eu chamo [o caso] de interrupção temporária de energia."

Segundo ele, a palavra "apagão" sequer consta nos dicionários.

"Esses acidentes, que são meros incidentes, ocorrem aqui e alhures. Aqui e no mundo todo. Não é uma deficiência do sistema elétrico brasileiro", defendeu.

De acordo com Lobão, o governo trabalha para que esses acontecimentos sejam cada vez mais escassos.

Lobão também defendeu que casos de apagão, ou de interrupção de energia, como chama, são diferentes dos casos de desabastecimento, que em sua visão, são casos de maior gravidade e duração.

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