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Preço por quilo varia até 128%

O preço do quilo do pão francês varia até 128% em Curitiba, conforme o bairro. De acordo com a última pesquisa de preço de pão, feita em maio pelo Procon-PR – a segunda feita para o setor este ano – o valor mais alto para o quilo do pão francês é de R$ 6,85, no Bigorrilho, e o mais baixo é de R$3, no Pinheirinho.

O variação não surpreende, segundo a pesquisadora Márcia Marks, responsável pela Divisão de Estudos e Pesquisas do Procon-PR. "Nos bairros periféricos, nos estabelecimentos mais simples, encontramos os menores preços. Nos bairros classe média alta, encontramos os preços mais elevados. Essa elevação é motivada não só pelo refinamento do serviço, mas pelo próprio poder aquisitivo da clientela", comenta.

A diferença entre o preço médio da primeira pesquisa, realizada em outubro de 2006 e a última, em maio deste ano, foi de 2,93%. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – que mantém mensalmente pesquisa para Cesta Básica Nacional – na cidade de Curitiba a variação do preço da farinha, um dos principais ingredientes do pão francês, para o mesmo período, foi de 10,75%. (RAT)

A venda de pão francês por peso ainda não é rotina em todas as panificadoras de Curitiba. Apesar de terem balança em seus estabelecimentos, alguns comerciantes preferiram retomar a comercialização por unidade e desconsideram o valor da pesagem. Há sete meses é obrigatória a venda de pão francês, ou de sal, por quilo no Brasil.

De cinco padarias visitadas na semana passada, em diferentes pontos de Curitiba, pelo menos duas descumpriam a lei e vendiam pão por unidade, sem pesar, apesar de contarem com balança.

O gerente da panificadora Verdes Mares, no Alto da Glória, José Carlos Grande, diz em sua defesa que a pesagem do pão deixou o consumidor confuso e insatisfeito. "Como o preço varia demais para a mesma quantia de pães que ele estava acostumado, o cliente começou a reclamar. O povo paranaense é muito tradicionalista, prefere fazer como sempre foi feito", afirma. Na Verdes Mares, o pão francês custa R$ 0,25 a unidade e só o mini pão francês, com metade do tamanho, é pesado. "Entendemos que vender o pão por quilo é só uma maneira de tirar o foco da clientela. É mais honesto vender como vínhamos vendendo", opina.

Em outro estabelecimento, um posto de gasolina na Rua Marechal Hermes, o pão francês era vendido a R$ 0,20 a unidade. Segundo o atendente, havia problemas na balança naquele dia. Um consumidor, no entanto, disse que há mais de uma semana não se pesava o pão. O estabelecimento também não emitiu nota fiscal, pois "estava sem".

Há também quem crie regras próprias, como na panificadora Camponesa, na esquina das ruas José Loureiro e Desembargador Westphalen, que pesa o pão, mas nem sempre cobra por quilo. Antônio Garcia, gerente do local, explica que estabeleceu um teto de preço por unidade, de R$ 0,27. "Se o preço da balança der maior que o valor unitário, o cliente paga menos, paga o preço por unidade. Se na balança der menos, vale o da balança", conta ele, mostrando no balcão como funciona o processo. Segundo ele, dessa forma consegue conquistar a confiança do cliente, que tem aprovado a técnica.

Sem peso definido

A regra de venda de pão por peso é estabelecida pela Portaria 146, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), que tem por objetivo tornar mais justa a cobrança do pão. Durante 180 dias, enquanto vigorou um Termo de Ajustamento de Conduta firmado com as panificadoras, foi liberada a venda dos pães sem a obrigatoriedade de um peso mínimo. Agora, a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor pretende se reunir com o Sindicato das Indústrias de Panificação e Confeitaria do Paraná (Sipcep) para discutir e analisar se a isenção continua ou se deverá ser exigido peso específico por unidade.

"Existia esse acordo entre o Sindicato e o Ministério Público para que as panificadoras não precisassem fazer pão com 50g, já que com a pesagem o consumidor paga por aquilo que está levando. Agora, faremos um balanço dos 180 dias em que esse acordo vigorou", afirma Joaquim Cancela Gonçalves, presidente do sindicato, que ressalta ainda que a medida não diz respeito à necessidade de pesagem do pão. "Obrigatoriamente o pão deve ser vendido por quilo e pesado na frente do consumidor", diz.

A responsabilidade de fiscalizar e orientar as panificadoras da cidade é do Procon, que exige que o pão seja pesado, além de ter o preço afixado em local visível e que a balança seja uma balança calculadora – que mostre o peso e calcule o preço total – e tenha o selo do Inmetro.

Segundo a assessoria do Procon, os estabelecimentos também têm sido orientados a terem mais de uma balança para pesagem do pão, o que evita filas demoradas e prejuízos para o consumidor.

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