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O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu: a pressão dos bancos e de governos estaduais motivaram o adiamento da portabilidade e da gratuidade da conta-salário. As instituições financeiras teriam pedido um prazo maior para se adaptar às mudanças. Os estados querem mais tempo para leiloar folhas de pagamento, sob o argumento de que ainda não podem abrir mão dessa fonte de receita.

Embora alguns bancos não se manifestem sobre o assunto – os dois maiores do país, Bradesco e Itaú, não responderam à consulta –, outros afirmam que estavam prontos para atender à resolução do CMN já em 1.º de janeiro. O vice-presidente de marketing e negócios do Santander Banespa, José Paiva Ferreira, nega que o prazo de adaptação tenha sido curto, e diz que o banco estava pronto desde novembro. "É muito simples atender à resolução, porque o sistema financeiro brasileiro é extremamente desenvolvido e aparelhado."

O Banco do Brasil, que concentra boa parte das folhas de pagamento do setor público – incluindo a do governo do Paraná –, também diz ser favorável à implantação da conta-salário. "Estamos nos preparando para manter os clientes que temos e conquistar os de outros bancos", diz o gerente executivo de crédito para pessoa física do BB, Gueitiro Matsuo Genso.

Ferreira, do Santander Banespa, diz que a resolução não reduziria a disputa pelas folhas estaduais. "A folha de Santa Catarina foi leiloada dois dias antes da mudança de cronograma. Ou seja, mesmo sabendo da conta-salário, quatro grandes bancos disputaram as contas dos servidores", diz ele. Por R$ 210 milhões, o Bradesco foi o vencedor do leilão catarinense. (FJ)

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