Meu marido migrou de um plano de outra empresa para a Unimed Curitiba em abril deste ano, com todas as carências completas e absorvidas pela Unimed. Mesmo pagando todas as mensalidades no prazo, pouco utilizou o serviço, até que fez uma consulta em que o médico solicitou um exame mais preciso para descobrir a causa de uma dor na perna. Como o exame é de alto custo, a Unimed solicitou a perícia e não liberou a guia. Mandou uma carta ameaçadora afirmando que escondemos da empresa que tratava-se de uma doença préexistente e que poderiam liberar o exame mediante processo judicial junto à Agência Nacional de Saúde.
A carta dizia que seríamos responsáveis por todas as despesas do exame e tratamento, com correções e juros ressarcidos à empresa, sugerindo que é comum a cooperativa ganhar os processos na ANS. A carta dava 24 horas para réplica ou seríamos impedidos de conseguir a liberação. Também não informavam o conteúdo da réplica, nem número de fax para envio. Por duas horas estive em contato com a central de atendimento para obter tais informações e me certificar de que a haviam recebido. Depois recebi uma carta informando que o processo está em andamento, enfatizando que seremos responsáveis por despesas do provável tratamento. Até onde sabemos, a empresa precisa provar que tínhamos ciência de uma doença crônica, o que não é verdade. Tanto é que este exame foi o primeiro solicitado justamente para averiguar a causa de uma dor.
A única vez que precisamos de tratamento, a resposta que tivemos é de que não temos direito a ele. Que qualidade é essa a que se refere a Unimed Curitiba?
Patrícia Constanski,Curitiba, PR
Resposta
A Unimed Curitiba informa que, durante a entrevista qualificada, o beneficiário afirmou não ser portador de lombociatalgia. A entrevista qualificada é necessária na maioria dos contratos para identificar as doenças préexistentes do beneficiário. Durante a consulta, o beneficiário informou sofrer de dores lombares há aproximadamente um ano. Como o beneficiário omitiu a informação na entrevista qualificada, a auditoria médica da Unimed Curitiba, a princípio, não liberou a guia do exame solicitado. Após análise da carta do beneficiário, o procedimento foi autorizado, levando-se em conta os argumentos do beneficiário. A Unimed Curitiba decidiu também não enviar o processo para julgamento da Agência Nacional de Saúde, arcando com as despesas do exame requerido.
Réplica
Sim, o exame foi realizado sem ônus para nós, dias depois de meu contato com a coluna Direitos & Deveres da Gazeta do Povo. Recebemos um telefonema da Unimed Curitiba informando a suspensão do processo, sem mais detalhes sobre a mudança de conduta. Na semana seguinte, uma carta formal reiterava a informação. Porém, não sabemos até onde irá a questão, já que o tratamento indicado para a dor lombar não tem cobertura da empresa. Ao receber a indicação médica, procuramos a Unimed Curitiba para liberar as sessões de RPG, terapia para correção da postura realizada com fisioterapeutas especializados.
Novamente tivemos de passar por avaliação da empresa e 48 horas depois fomos informados de que o exame não tem cobertura da Unimed. Ou seja, o tratamento será realizado com recursos próprios. Agradeço a atenção da equipe da Gazeta do Povo por ter nos auxiliado no contato e nos esclarecimentos junto à empresa, mas nos decepciona saber que sempre teremos de recorrer a um veículo de comunicação para termos nossos direitos assegurados.
Patrícia Constanski
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