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Todos os anos, centenas de universitários aproveitam o período de férias para fazer intercâmbios culturais ou trabalhar no exterior. São inúmeras as possibilidades: cursos, estágios, trabalho remunerado e "au pair" – programa específico para jovens mulheres, que conciliam estudo no exterior e trabalho como babás. Mas, antes de fazer as malas, o interessado precisa escolher uma agência conhecida e com experiência no mercado para não enfrentar surpresas desagradáveis mais tarde.

O construtor César Roldan, de Curitiba, não teve sorte ao planejar a viagem de seu filho David aos Estados Unidos. No fim de 2004, Roldan procurou a agência Global Study, em Curitiba, para contratar os serviços de um programa de trabalho temporário chamado H2B – que oferece vagas nas áreas de jardinagem, construção, pesca, indústria alimentícia, hotelaria e outras. Entre outubro de 2004 e fevereiro de 2005, o construtor reuniu todos os documentos e pagou à Global Study as taxas necessárias, que totalizaram aproximadamente R$ 7,1 mil. Mas o embarque, previsto para abril, nunca aconteceu.

"Semanas antes da viagem, a Global Study fez uma reunião com 20 intercambistas, informando que a empresa americana que iria empregá-las não enviou os contratos. Por isso, não seria possível pedir o visto delas no consulado dos EUA", conta. Roldan solicitou então o reembolso total dos valores pagos, mas desde então a Global Study teria devolvido somente cerca de R$ 2,6 mil. "Ainda estou pagando o empréstimo que fiz para que meu filho pudesse viajar."

O gerente da Global Study, Clayton Petersen, diz que a empresa devolveu aos consumidores "tudo o que ficaria com ela", como comissões e taxas de inscrição. "O problema é que uma empresa de São Paulo, que era nossa parceira, remeteu o restante do dinheiro aos Estados Unidos e nunca nos devolveu. Por isso fomos atrás de outra parceria para viabilizar uma nova turma de intercambistas."

Petersen diz que a nova turma, composta em grande parte pelas pessoas que não conseguiram embarcar no ano passado, deve viajar em abril. "Com parte do dinheiro dos novos intercambistas, vamos reembolsar aqueles que desistirem do programa." Para Roldan, que desde agosto aguarda o reembolso de R$ 4,5 mil, essa parece ser "apenas mais uma promessa".

Fernando Scalzilli, conselheiro da associação Pró-Consumer, diz que o consumidor que se sentir lesado pode entrar na Justiça com pedido de ação indenizatória, solicitando a devolução dos valores pagos, corrigidos, além de uma indenização por danos morais. "Mas com que dinheiro vou pagar um advogado se nem sequer quitei o empréstimo que fiz?", pergunta Roldan. "Minha idéia é formar uma espécie de associação com as pessoas que foram prejudicadas."

A recomendação de Scalzilli para quem sonha em fazer um intercâmbio no exterior é reunir o máximo informações sobre o funcionamento e os serviços oferecidos pela empresa que faz a intermediação. "Também é recomendável conversar com outros pais e jovens que já tenham passado por essa experiência para avaliar a qualidade do programa", diz Scalzilli.

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