
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou ontem a redução no reajuste da tarifa de luz a ser cobrada pela Copel. Com a decisão, o aumento médio para o consumidor será de 24,86%, ao invés dos 35,05% que tinham sido aprovados há cerca de um mês pela agência reguladora.
Por causa da suspensão do aumento, a cobrança referente ao mês passado será feita em uma única parcela retroativa, mas somente para os consumidores cuja fatura está datada para depois do dia 24 de cada mês. Neste caso, vai chegar para cada cliente uma cobrança separada da conta de luz tradicional. Para os demais usuários, não haverá cobrança retroativa por parte da companhia, que fornece energia para 4,2 milhões de unidades em 396 municípios do estado. Os aumentos são válidos para todas as classes de consumo, incluindo as residenciais, industriais e rurais.
Para o cálculo do reajuste, a Aneel considera a variação de custos da companhia ao longo do ano, como índices de inflação, renegociação de contratos de compra de energia e outras tarifas incidentes nos gastos das empresas, como, no caso da Copel, o reajuste da tarifa de Itaipu.
Reprimido
Com o aumento parcial, o restante do reajuste será feito somente em julho de 2015. "Depende muito de como o setor vai se comportar como um todo até lá, mas será necessário somar uma diferença de 15% que não entrou no cálculo deste ano", afirma o presidente da Copel Distribuição, Vladimir Daleffe. A diferença leva em conta cerca de 10% que ficaram de fora do cálculo deste ano e outros 5% que já não tinham sido considerados no reajuste de 2013. "Este último ano foi especialmente complicado porque tivemos que trocar contratos que eram baratos por outros mais caros, o que não deve acontecer com tanta intensidade nos próximos meses", pondera.
A diferença do aumento aprovado no mês passado e o autorizado ontem deve ter um impacto próximo de R$ 1 bilhão no caixa da Copel, além de outros R$ 330 milhões que deixarão de ser arrecadados pela administração estadual em ICMS.
Segundo o presidente da Copel Distribuição, a defasagem pode comprometer os investimentos da empresa para os próximos meses. "Alguns investimentos terão que ser adiados para o ano que vem."



