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O Grupo de Diligências Especiais (GDE) da Polícia Civil desencadeou uma operação em Cascavel, no Oeste do Paraná, para desmantelar um esquema criminoso que resultaria em uma espécie de legalização de mercadorias contrabandeadas do Paraguai. Quatro pessoas foram presas na manhã desta quarta-feira (2), entre elas dois contabilistas acusados de emitir notas fiscais em nome de empresas de clientes. Ademir Alves dos Santos e Adecildo Alves dos Santos são irmãos e possuem um escritório contábil no centro da cidade.

No total, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão. Durante as buscas, a polícia encontrou uma arma de fogo e prendeu o proprietário em flagrante. Também foram apreendidos documentos, computadores, pen-drives, celulares e mercadorias. A operação aconteceu em Cascavel, Guaíra, Toledo e Blumenau (SC). A polícia suspeita que outras empresas foram vítimas dos supostos golpistas.

Ao menos seis empresas idôneas teriam sido vítimas dos contadores, que emitiriam notas fiscais eletrônicas de dentro do escritório, segundo a Polícia. "Eles emitiam essas notas fiscais, sem o consentimento dos proprietários das empresas, para legalizar produtos, ao que tudo indica, oriundos do Paraguai", disse o delegado Edgar Santana.

Uma única empresa acumulou cerca de R$ 3 milhões em dívidas com órgãos tributários, em razão do golpe. O delegado Julio Reis informou que ainda estão sendo levantados os prejuízos causados aos demais empresários e ao Fisco, mas ele estima que o montante chegue a R$ 35 milhões.

A operação - denominada de Mercúrio, numa referência ao Caduceu de Mercúrio, símbolo da contabilidade - envolveu 30 policiais civis e agentes das receitas Federal e Estadual. As investigações tiveram início a partir de outro trabalho investigativo, iniciado em agosto do ano passado, quando várias pessoas procuraram a polícia para denunciar que foram vítimas de um falso oficial de Justiça. Rafael Ferreira Ribeiro apresentava mandados de busca e apreensões falsos para furtar carros com parcelas de financiamentos atrasadas. Ele também foi preso na Operação Mercúrio e, segundo a polícia, fazia parte do esquema.

A reportagem tenta desde o período da manhã entrar em contato com os advogados dos acusados, mas até o início da noite desta quarta-feira (2) não foi possível localizar os defensores deles.

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