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POLÍTICA MONETÁRIA

Contas públicas, dólar e tarifas impedirão que inflação volte para a meta em 2016, diz BC

Na ata da última reunião do Copom, instituição reafirma que IPCA só atingirá objetivo em 2017

Alexandre Tombini, presidente do BC: mudança no discurso da autoridade monetária era esperada pelo mercado financeiro | Ueslei Marcelino/Reuters
Alexandre Tombini, presidente do BC: mudança no discurso da autoridade monetária era esperada pelo mercado financeiro (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)

O Banco Central reafirmou que só conseguirá levar a inflação — que deve encerrar o ano em quase 10% — para a meta de 4,5% em 2017. Os motivos apontados pela autoridade monetária para ter “desistido” de 2016 são as contas públicas, o câmbio e o reajuste de tarifas, sobretudo as de energia elétrica. A informação é da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta quinta-feira (29).

O documento era o mais aguardado dos últimos tempos porque os analistas querem entender o que mudou desde o último documento oficial, quando o BC ainda apostava que conseguiria cumprir sua tarefa no ano que vem. A mudança no discurso, entretanto, era esperada pelo mercado financeiro que esperava uma manutenção dos juros básicos em 14,25% ao ano porque voltar a aumentar a taxa (para tentar conter a inflação) poderia condenar o país a uma recessão ainda mais grave que a atual.

Por isso, a decisão de manter os juros foi tomada por unanimidade. A expectativa dos especialistas é que a economia brasileira encolherá 3% neste ano e que a recessão continuará no ano que vem, apesar de ser mais branda.

As incertezas são várias: o quadro político, impeachment e novas perdas de grau de investimento. No entanto, a maior preocupação é com o quadro fiscal. O Brasil já admitiu que gastará mais do que pretende arrecadar neste ano e no outro.

Tudo isso pressiona o dólar e, consequentemente, a inflação. Nos últimos 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula uma alta de 9,77%.

Controle da inflação

O Banco Central brasileiro tem, oficialmente, apenas um instrumento para controlar a inflação no país. É a taxa básica de juros (Selic). O Copom define a cada reunião uma meta e o BC faz operações no mercado financeiro com títulos públicos para chegar ao valor determinado.

O sistema vigora desde 1999, quando o BC passou a permitir que a cotação do dólar flutuasse livremente. Antes, o Banco Central usava o controle da moeda americana para conter a inflação.

Após a mudança, a Selic chegou a 45% ao ano. Em 2012, os juros básicos chegaram a 7,25% ao ano, o menor patamar da história.

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