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Você é insubstituível. Você é do tamanho dos seus sonhos. Você pode influenciar pessoas. Toda mudança começa em você. Você pode mudar sua vida. Como fazer todo mundo gostar de você. Você é mais capaz do que pensa. Você: a alma do negócio. Você, você, você! Se depender dos livros de auto-ajuda – como esses dos títulos acima –, não há nada que alguém com tempo e paciência para lê-los seja incapaz de fazer para chegar ao sucesso.

Muitas dessas obras são destinadas ao mundo corporativo e pretendem ensinar o leitor a conquistar ou manter um lugar de destaque no trabalho. Nem sempre, no entanto, elas entregam o que prometem. O problema não está nelas – e nem mesmo no pobre leitor, que se esforça para seguir à risca os sete hábitos das pessoas muito eficazes ou evitar as dez mancadas que prejudicam sua carreira. É que o marketing pessoal – entendido aqui como as estratégias seguidas pelos profissionais para serem notados e assim ascenderem na hieraquia das empresas – não é o mais importante para quem contrata. Importante ainda é ter conteúdo.

O excesso de auto-propaganda pode até atrapalhar. É comum, segundo recrutadores de grandes corporações, candidatos que usam o marketing pessoal como uma forma de maquiar alguma deficiência na formação. Para as empresas, esse profissional é visto como uma armadilha, pois a sua contratação acaba sendo frustrante e cara, logo que se percebe ter comprado gato por lebre.

O domínio pessoal – maneira como o profissional se mostra a chefes e colegas – pode ser visto sim, como um critério de desempate em uma seleção ou como uma em um conjunto das qualidades almejadas pelo empregador. "O marketing pessoal é importante, é um diferencial, mas não trabalha sozinho. O que conta no mercado é o que de fato eu faço, eu entrego", diz a diretora da Acta RH e Carreira, Carla Virmond Mello. Mas, justamente por ser um diferencial, a deficiência na área comportamental, pode tirar o candidato no páreo por uma vaga. E, segundo Carla, a deficiência é mais comum em profissionais de alto preparo técnico.

O executivo José Kantek, diretor da Procwork para Paraná e Santa Catarina, vive uma situação incomum no mundo corporativo: não consegue preencher todas as vagas da filial da empresa para Região Sul. O motivo é que o profissional que ele procura precisa, além de uma formação técnica bem específica, ter capacidade para lidar com as pessoas, liderar, atender bem os clientes. Encontrar alguém que reúna estas características tem sido o desafio do executivo. Foi nessa busca, que Kantek percebeu porque deve-se investir, também, no desenvolvimento de habilidades pessoais. "Na nossa área, de Tecnologia da Informação, nós notamos que, de fato, alguns profissionais investem mais na formação técnica e esquecem de desenvolver outras habilidades", diz.

Para formar a equipe dos seus sonhos, Kantek já deciciu, que assim que fechar o quadro da Procwork, vai investir no desenvolvimento dos funcionários. "Preciso de pessoas que se conheçam e que saibam se relacionar", completa.

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