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COMÉRCIO

Balança tem superávit em julho de US$ 1,5 bilhão

Das Agências

As exportações superaram as importações em US$ 1,575 bilhão em julho, segundo informações divulgadas ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O resultado é melhor do que o verificado no mesmo mês do ano passado, quando houve déficit de US$ 1,9 bilhão, mas inferior ao de julho de 2012, que registrou superávit de US$ 2,9 bilhões.

O saldo positivo de julho não foi suficiente, contudo, para reverter o déficit comercial acumulado no ano, que ainda soma US$ 916 milhões. Mesmo assim, para o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, o resultado de julho indica que o cenário econômico global está de fato um pouco melhor, como tem afirmado o Banco Central em seus relatórios, e que o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre pode apresentar resultados mais animadores. A projeção dele é de que o PIB de julho a setembro deve crescer 0,5%, na margem.

Conta petróleo

Segundo o economista Bruno Lavieri, o superávit de US$ 1,575 bilhão na balança comercial pode ser atribuído ao bom desempenho da conta petróleo. "Houve um bom arrefecimento das importações de combustíveis e lubrificantes, enquanto as exportações de petróleo bruto subiram", comentou, salientando que a contabilização da exportação de uma plataforma de petróleo, no valor de US$ 866 milhões, também ajudou. "Não fosse a desaceleração econômica, as importações teriam subido muito mais".

A Copa do Mundo potencializou a perda de dinamismo que caracteriza a indústria desde o último trimestre do ano passado e contribuiu para que a produção recuasse 6,9% em junho contra igual mês de 2013, o pior resultado nessa comparação desde setembro de 2009. A redução do número de dias trabalhados e a concessão de férias coletivas em alguns setores pesaram, com destaque para veículos.

INFOGRÁFICO: Veja como está o nível de produção industrial

Em relação a maio, a produção recuou 1,4%, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda foi menos intensa do que o esperado em média por analistas (-2,4%), mas contribuiu para recuo de 2% na produção no segundo trimestre, reforçando a perspectiva de retração no Produto Interno Bruto (PIB) de abril a junho.

Efeito Copa

O recuo da produção em junho foi o quarto seguido tanto na comparação mensal quanto anual, mas a realização da Copa foi o que tornou a perda mais aguda e espalhada. Em maio, a redução havia sido de 0,8%. "A magnitude da queda tem relação direta com menor número de dias trabalhados, férias coletivas e cortes de turnos de trabalho, que ficaram como uma marca de junho", explicou André Macedo, gerente da Coordenação da Indústria do IBGE.

A fabricação de televisores, que até abril impulsionou a atividade, desta vez a empurrou para baixo, ao ceder 29,6% em junho. Já os bens de consumo duráveis e os bens de capital tiveram as perdas mais expressivas e são as categorias que mais pressionam a indústria.

O destaque ficou com os veículos, cuja produção recuou 12,1% ante maio. Na comparação com junho de 2013, a queda da produção de veículos foi de 36,3%, a maior desde dezembro de 2008 (-51%).

Segmentos que fornecem matéria-prima à indústria de veículos também têm sido afetados, como autopeças, produtos químicos, borrachas e plásticos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e metalurgia. "A abertura dos dados da produção industrial de junho ante maio mostrou uma queda disseminada em vários setores, o que dá uma dimensão de paralisia generalizada da economia", avaliou a economista Alessandra Ribeiro, sócia da consultoria Tendências.

6,5% é o recuo acumulado na produção da indústria desde outubro de 2013, o que mostra que, a despeito do efeito Copa em junho, a desaceleração não é pontual. "A menor evolução da demanda doméstica, o cenário externo adverso, a restrição no crédito por encarecimento ou endividamento das famílias marcam 2014", diz o gerente da Coordenação da Indústria do IBGE, André Macedo. Em julho, é possível que os dias úteis a menos afetem novamente o desempenho da indústria, já que a Copa terminou no dia 13. Para o economista-chefe da Western Asset, Adauto Lima, a produção deverá apresentar ligeira melhora apenas em agosto, a depender da redução dos estoques.

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