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Com a solução do impasse em torno da termelétrica UEG Araucária, a Copel obteve um salto expressivo em seu resultado no primeiro semestre deste ano. O lucro líquido da companhia chegou a R$ 740 milhões nos seis primeiros meses de 2006, quase quatro vezes superior aos R$ 197 milhões registrados no mesmo período de 2005.

O lucro foi fortemente influenciado pelos acordos negociados pela Copel com a Petrobras e a El Paso para resolver a discussão sobre o futuro da UEG. A companhia paranaense havia deixado de pagar à Petrobras pelo fornecimento de gás para a usina, mas vinha fazendo provisões em seu balanço para bancar a conta, caso não tivesse sucesso na negociação. Em março deste ano, as empresas chegaram a um acordo. Assim foram liberados R$ 423 milhões, que vinham sendo separados para a conta de gás, para serem incorporados no resultado da Copel.

Na renegociação dos contratos, a Copel pagou US$ 190 milhões para comprar a participação da El Paso na UEG. Com isso, a estatal passou a ter 80% de participação no empreendimento e iniciou os investimentos para que a usina entre em operação. A termelétrica passa por adaptações e pode entrar em funcionamento ainda no segundo semestre deste ano.

O balanço da Copel mostra que o consumo de energia elétrica caiu 0,6%, na comparação com o primeiro semestre de 2005. Houve expansão nas classes residencial (2,6%), comercial (4,1%) e rural (2,4%) e queda de 6% no segmento industrial, influenciada pela crise que atingiu o agronegócio e pela desaceleração de setores exportadores, como o de beneficiamento de madeira. Mesmo assim, a receita operacional líquida da Copel cresceu 10,6% no semestre, efeito do reajuste nos preços e da redução nos descontos praticados pela empresa a partir de agosto de 2005.

O maior lucro da Copel em 2006 é fruto também de uma redução de 14,1% nas despesas operacionais, que passaram de R$ 2 bilhões para R$ 1,7 bilhão. Essa retração é efeito de uma queda nos custos da energia comprada de Itaipu e da argentina Cien, que são balizados pelas cotações do dólar. Nessa rubrica entra parte dos recursos que haviam sido separados para pagar a conta de gás da UEG.

O lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida) ficou em R$ 1 bilhão, 112% superior aos R$ 488 milhões do primeiro semestre de 2005. Sem a reversão da conta de gás, o Lajida ficaria em R$ 738 milhões.

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