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A Copel está autorizada a aplicar, a partir de hoje, um reajuste médio de 12,98% às tarifas de energia elétrica. Mas a companhia reiterou que, por determinação do governo estadual, não vai repassar ao consumidor esse aumento, definido ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A empresa informou que "está avaliando os mecanismos que serão adotados para amortecer e absorver o porcentual autorizado, neutralizando seus efeitos na conta de luz". O anúncio teve repercussão negativa no mercado de ações. Ontem, quando a Bovespa subiu 0,64%, as ações preferenciais da estatal caíram 3,85%, a maior baixa do pregão.

Em 22 de maio, a Copel havia solicitado à Aneel um reajuste anual médio de 17,94%. Na avaliação da empresa, esse era o índice necessário para fazer frente ao aumento de seus custos – que nos últimos 12 meses sofreram influência da inflação, do reajuste da energia de Itaipu, do aumento do dólar e da compra de energia de termelétricas, entre outros fatores. Em 15 de junho, no entanto, o governador Roberto Requião avisou que o estado não promoveria aumentos "neste momento de crise". Desde então, as ações da companhia caíram 8,6% – os investidores temem que os lucros da empresa sejam afetados pela decisão.

Depois do anúncio de Requião, a solução encontrada pela Copel foi solicitar à Aneel que autorizasse um reajuste menor, de modo que a companhia pudesse repassar o porcentual restante no futuro. Mas a agência não aceitou o pedido. Tomando como base o porcentual pleiteado inicialmente pela Copel, a Aneel aprovou reajustes máximos que vão de 14,39% a 18,44% para a classe de alta tensão – principalmente indústrias e grandes instalações comerciais – e de 11,5% para os demais consumidores.

"A tarifa definida pelo órgão regulador é o ‘teto’, ou seja, tarifa máxima a ser aplicada pela distribuidora. Ou seja, já é facultado à concessionária cobrar tarifas inferiores às homologadas pela agência, desde que a redução não implique compensações posteriores para a recuperação do equilíbrio econômico-financeiro ou acarrete em distorções futuras para o consumidor", informou a Aneel, em comunicado.

Em razão dessa negativa, a Copel novas alternativas, que serão avaliadas pelos acionistas em assembleia geral extraordinária convocada para o fim de julho. "De toda forma, a decisão de não elevarmos neste momento os preços pagos pelo nosso consumidor está tomada", disse, em nota, o presidente da empresa, Rubens Ghilardi.

Entre 2003 e 2005, quando foi autorizada a promover fortes reajustes, a companhia concedeu descontos e elevou as tarifas gradualmente, respeitando o teto imposto pela Aneel. A Copel tem pouco mais de 3,5 milhões de consumidores em 392 municípios do Paraná, e também atende ao município catarinense de Porto União.

Aumento no interior

Dois municípios paranaenses não serão beneficiados pelo "congelamento" da tarifa da Copel. A Companhia Campolarguense de Energia (Cocel), que atende 37,5 mil consumidores em Campo Largo (Grande Curitiba), foi autorizada a promover reajuste médio de 12,17%. O aumento autorizado para a Companhia Força e Luz do Oeste, que tem 47,9 mil clientes de Guarapuava (Centro-Sul do Paraná), é de 4,85%.

Consumo cai

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do governo federal, informou ontem que o consumo industrial de eletricidade perdeu força em maio, recuando 1,1% em relação a abril e 12,4% frente a maio de 2008. O resultado da indústria pressionou o consumo total. Desde o início do ano, a demanda por energia caiu 11,5% na indústria e 2,7% na soma de todas as classes. Na Região Sul, as baixas foram de 9,8% e 1,7%, respectivamente.

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