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O conselho de administração da Copel aprovou nesta quarta-feira (19) uma participação de 30% da estatal na usina hidrelétrica de Baixo Iguaçu, "sem pagamento de prêmio pela oportunidade de negócio". Licitada em 2008, a concessão pertence ao consórcio Geração Céu Azul, formado pelas empresas privadas Neoenergia (90%) e Desenvix (10%). Na mesma reunião, o conselho da Copel aprovou a liquidação antecipada da Conta de Resultados a Compensar (CRC), uma dívida que ela tem a receber do governo estadual, e a compra de sete parques eólicos no Rio Grande do Norte. As decisões foram comunicadas ao mercado na noite desta quarta-feira pelo diretor de finanças da empresa, Luiz Eduardo Sebastiani.

Hidrelétrica

A Copel negociava sua entrada em Baixo Iguaçu desde o início do governo Beto Richa, em 2011. A hidrelétrica nunca esteve tão próxima de sair do papel. Depois de superar obstáculos de ordem ambiental e judicial, a usina obteve há alguns meses a licença prévia do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e só depende da emissão de licença de instalação para começar a ser construída.

Planejada para o Rio Iguaçu, entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques (Sudoeste do Paraná), a hidrelétrica terá capacidade instalada de 350 megawatts (MW) e potência assegurada de 172,8 MW. O investimento estimado para sua construção é de R$ 1,59 bilhão – desse total, R$ 477 milhões devem ficar a cargo da Copel. Conforme a estatal, "Baixo Iguaçu é o último empreendimento energético previsto para o principal rio paranaense e ficará cerca de 30 km a jusante (rio abaixo) da Usina Governador José Richa (Salto Caxias)".

Parques eólicos

A Copel foi autorizada pelo conselho de administração vai comprar, por R$ 286,1 milhões, sete parques eólicos no Rio Grande do Norte, todos pertencentes à Salus Fundos de Investimento em Participações (antiga Casa dos Ventos). Os parques Euros IV, Asa Branca I, II e III, Santa Maria, Santa Helena e Santo Uriel totalizam 183,6 MW de potência instalada. "A aquisição atende ao objetivo estratégico da Copel de aumentar a participação no segmento de geração por meio de fontes renováveis em sua matriz energética, possibilitando, assim, a entrada da companhia, de forma efetiva, na geração eólica", informou a estatal, em comunicado ao mercado.

Dívida do governo

O conselho também aprovou uma proposta, feita pelo governo do Paraná, para a liquidação da CRC, com desconto de até 10%. No fim de março, o saldo dessa conta era de aproximadamente R$ 1,38 bilhão. Com o referido desconto, o governo do estado pagaria à estatal cerca de R$ 1,24 bilhão. O negócio ainda precisa de aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O pagamento deve ser feito através de um empréstimo com o Credit Suisse, mecanismo aprovado em dezembro do ano passado pela Assembleia Legislativa do Paraná. Segundo o governo, desde a última vez que a dívida foi renegociada, em 2005, o custo médio de seus encargos é de quase 13% ao ano. Com isso, o custo mensal aos cofres públicos tem sido de R$ 12,5 milhões. Já no acordo com o banco suíço, ao estabelecer taxas de juros pré-fixadas e em padrões internacionais, a expectativa é que as taxas caiam a menos de 7% ao ano. Além disso, o estado teria três anos de carência para o início do pagamento. Com isso, a dívida, que terá prazo de 15 anos para ser quitada, só voltaria a ser paga pelo próximo governador.

Com o aceite da Copel, o pagamento da dívida ainda agora do financiamento ser aprovado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e pelo Senado.

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