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Em uma de suas reuniões mais longas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, com unanimidade, por um corte de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic, que serve de referência para a economia). A taxa passa de 18% para 17,25% ao ano, a menor desde novembro de 2004. O novo corte ficou dentro do previsto pela média dos analistas de mercado - apesar de a inflação deste mês ter levado alguns analistas a apostar em corte de apenas meio ponto.

A decisão do Copom significa uma aceleração relativa da política de redução do juro básico, depois de uma trajetória de alta iniciada em setembro de 2004 e que elevou a Selic de 16% para 19,75% ao ano com o objetivo de conter pressões inflacionárias. Essa foi a quinta baixa seguida (em setembro de 2005, o corte fora de 0,25 ponto. Em outubro, novembro e dezembro, o comitê baixou a Selic em meio ponto).

Apesar do corte maior agora, a Selic vai demorar mais tempo para mudar, já que o BC, a partir deste mês, deixa de ter reuniões mensais. A próxima reunião do Copom acontecerá somente em 7 e 8 de março.

A média do mercado acreditava no corte de 0,75 ponto, especialmente depois que novos indicadores mostraram desaquecimento da atividade econômica.

O IBGE informou que o nível de emprego na indústria caiu 0,6% em novembro em relação ao mês anterior. Foi a segunda retração mensal consecutiva do indicador. Em relação a novembro de 2004, o nível de emprego industrial também teve queda, de 0,9%. Foi o terceiro mês de baixa na comparação anual. E mais: segundo o IBGE, o valor real da folha de pagamento da indústria nacional caiu 0,8% na passagem de outubro para novembro, no terceiro mês seguido de baixa.

Por outro lado, algumas apostas eram de corte menor, por conta da inflação deste mês. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que, depois de registrar apenas 0,06% em dezembro, a inflação pelo Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) acelerou para 0,84% em janeiro, pressionada por aumentos nas despesas com educação (comuns nesta época do ano) e pelos reajustes do álcool combustível e saúde.

O Índice de Preços por Atacado (IPA) avançou 1,03% em janeiro, contra deflação de 0,16% em dezembro. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no município de São Paulo subiu 0,59% na segunda medição do mês após situar-se em 0,46% no levantamento anterior.

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