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O presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, recusou-se, nesta quarta-feira (4), a confirmar ou negar os rumores de sua saída do cargo, que ocupa desde 2007.

Ao ser perguntado se havia conversado com o governo sobre seu futuro, ele disse que daria "uma resposta óbvia é curta".

"O cargo pertence a presidente Dilma Rousseff", disse Coutinho, em entrevista na sede do banco Rio. Ele ocupa a presidência da instituição desde 2007.

Recursos do Tesouro

Nesta quarta-feira, foi publicada no Diário Oficial medida provisória liberando R$ 30 bilhões em recursos do Tesouro para complementar os desembolsos do BNDES deste ano, que devem chegar a R$ 190 bilhões, prevê o banco. Para tanto, o Tesouro foi autorizado a emitir títulos.

A medida vai de encontro ao que o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, havia sinalizado como orientação para o segundo mandato de Dilma Rousseff, quando foi apresentado ao mercado como substituto de Guido Mantega, de não mais transferir recursos do Tesouro para bancos públicos.

Coutinho alega que não há incongruência na liberação dos R$ 30 bilhões, uma vez que os recursos são necessários para cumprir os desembolsos programados para este ano.Coutinho afirmou que o banco está aprofundando os estudos de revisão das linhas de crédito de forma a reduzir os aportes do Tesouro nos próximos anos, compensando os recursos com captações no mercado financeiro. À medida, reconheceu, deve elevar as taxas dos financiamentos, "de maneira compatível com a taxa de retorno dos projetos".A medida, no entanto, ainda não deverá ser visível em 2015, diz.

"Os desembolsos de 2015 já estão contratados. O que é desembolsado hoje já foi contratado até 18 meses antes." Logo, as taxas de retorno já estão estabelecidas.Coutinho diz que existe um "horizonte claro e definido", e que os ajustes ocorrem "em sintonia com a orientação da presidenta de poupar o suporte que o Tesouro tem dado ao banco, olhando para a frente".

As conversas sobre a revisão da política operacional ainda não têm sido com a futura equipe econômica. "As conversas têm sido com a atual equipe mas temos orientação superior e clara da presidenta Dilma".

A liberação de recursos entre janeiro e outubro pelo BNDES ficou em R$ 146,5 bilhões, valor igual aos dez primeiros meses de 2013. A previsão para 2014, de R$ 190 bilhões, equivale ao que foi desembolsado no ano passado.

Investimento estagnado

Os projetos da indústria de petróleo e gás e de infraestrutura deverão sustentar o crescimento dos investimentos no país entre 2015 e 2018, chegando a R$ 4,1 trilhões, prevê o BNDES.

A previsão global de investimentos para o próximo quadriênio não mudou em relação ao que o BNDES havia previsto para o período 2014-2017.

De acordo com o banco, porém, houve aumento de 17% em relação ao que foi previsto há cinco anos para o quadriênio 2010-2013, quando se esperava investimentos de R$ 3,5 trilhões. De lá para cá, a importância da indústria de petróleo e gás aumentou de 10,2% para 12,4% do total, chegando a R$ 509 bilhões.

Em relação à infraestrutura, a participação cresceu de 13% para 14,6%, atingindo R$ 598 bilhões no quadriênio, motivada pelos recursos que se espera destinar a projetos em telecomunicações, com a ampliação da rede 4G, em logística e construção de residências.

Sem a indústria de óleo e gás, que prevê investimentos R$ 151 bilhões maiores, os aportes nos projetos de todo o segmento da indústria mapeada pelo BNDES mostram queda, de R$ 409 bilhões para R$ 400 bilhões.

As maiores quedas em investimentos previstos aconteceram na siderurgia, de 38,5% --de R$ 20 bilhões para R$ 12 bilhões-- e sucroenergético, com tombo de 40% --de R$ 41 bilhões para R$ 25 bilhões.

Em nota, o BNDES justifica que os investimentos em siderurgia recuaram devido ao "extraordinário aumento da produção chinesa nos últimos anos", que contribuiu, segundo o banco, para aumento de 25% na capacidade mundial de produzir aço, no período.

Já no setor de açúcar e etanol, a explicação, segundo o banco, é o encerramento do ciclo de investimentos em 2012, somado ao elevado endividamento das empresas.

Segundo o BNDES, o acerto nas previsões totais quadrienais de investimento vem sendo de 91%, em média, quando comparado ao que de fato foi investido.

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