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Fraude no INSS

Oposição mira Wolney e quer intimar novo ministro

CPI
O ministro Wolney Queiroz Maciel, que assume a Previdência sob supeita de omissão (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, empossado nesta sexta-feira (2) após a demissão de Carlos Lupi (PDT), já se tornou alvo de críticas da oposição, que articula a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso.

As suspeitas sobre Queiroz, que até então ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta e era considerado o “número dois” de Lupi, ganharam força após a divulgação de uma reunião sua com representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

A entidade é investigada na operação “Sem Desconto”, que apura desvios de recursos de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), a Contag foi responsável pela maior quantia de descontos não autorizados aplicada aos beneficiários.

De acordo com relatório da CGU, a Contag também foi a entidade que mais se reuniu com o governo Lula — esteve presente em 13 das 15 reuniões realizadas com órgãos governamentais.

Diante da repercussão, parlamentares da oposição planejam convocar Wolney para prestar esclarecimentos em audiência na Câmara dos Deputados, cobrando explicações sobre sua conduta e possível omissão no episódio,.

A nomeação do novo ministro, que também é filiado ao PDT, foi recebida com ceticismo por oposicionistas, que consideram a troca como mera continuidade da gestão de Lupi — uma substituição vista como “trocar seis por meia dúzia”.

O Palácio do Planalto tentou conter o desgaste político promovendo uma transição rápida: Queiroz tomou posse logo após a saída de Lupi, numa estratégia para evitar brechas para questionamentos sobre o sucessor e, ao mesmo tempo, manter o PDT na base aliada. A escolha foi feita com o aval do próprio Lupi. No entanto, a medida não foi suficiente para blindar nenhum dos dois de críticas e investigações.

“A nomeação de Wolney Queiroz escancara que Lula não quer resolver nada, ele quer apenas encobrir o escândalo. O novo ministro já sabia das fraudes bilionárias e, assim como Lupi, foi omisso diante do roubo aos aposentados,^ declarou Marcel van Hattem (Novo-RS), líder do Novo na Câmara. *Trocar o nome na cadeira não muda o fato de que o governo continua conivente com um esquema criminoso que atingiu os brasileiros mais vulneráveis. É tudo um teatro para tentar estancar a crise sem enfrentar o problema. Vamos seguir buscando as devidas responsabilizações, inclusive por meio da instalação da CPI”,

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Wolney também participou de uma reunião do Conselho Nacional da Previdência Social, na qual foram relatadas irregularidades nos descontos feitos nos benefícios do INSS. A conselheira Tônia Galeti foi a responsável por levantar o alerta durante o encontro. A ata comprova a presença de Queiroz e registra duas manifestações suas.

Em uma delas, feita logo após a fala da conselheira, ele sugeriu que a presidência da Dataprev — estatal responsável pela tecnologia e gestão de dados da Previdência — participasse de uma reunião posterior para tratar do assunto.

Atualmente, a Dataprev participa de discussão com a Advocacia-Geral da União (AGU) para definir como será feito o ressarcimento aos aposentados afetados pelos descontos indevidos.

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