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12% é a nova estimativa de expansão do crédito para o ano, feita pelo Banco Central – anteriormente, a instituição havia divulgado uma previsão de 13%. A revisão se deve, principalmente, ao desempenho das instituições privadas nacionais. O crédito nesses bancos cresceu 5% nos últimos 12 meses e deve fechar o ano com expansão de 7%, segundo o BC.

Diante da escalada dos juros, os calotes voltaram a crescer após quatro meses de estabilidade. Entre abril e maio, a inadimplência das operações com crédito livre subiu de 4,8% para 5,0%. Entre as famílias, passou de 6,5% para 6,7%. O movimento foi influenciado, em parte, pelas taxas das operações de crédito que, para as pessoas físicas, chegaram ao maior nível em três anos: 42,5%. O crédito mais caro deixou mais apertado o orçamento dos brasileiros.

Entre as modalidades de financiamento, o rotativo do cartão de crédito continuou a ser a modalidade com maior inadimplência. Em maio, chegou a 33,9% depois de subir 1,7 ponto porcentual no mês. O cheque especial apresenta o segundo maior nível de calote, 9,6%, após registrar elevação de 0,7% entre abril e maio.

Os dados, divulgados ontem pelo Banco Central, mostram que a expansão do crédito segue em moderação. O saldo total das operações do sistema financeiro cresceu 1% no mês e chegou a R$ 2,083 trilhões. A média diária das concessões, no entanto, caiu 2,8% em maio. "A expansão de apenas 1% do estoque de crédito em maio só confirma o que já esperávamos. Que o crédito está marchando para crescer moderadamente", observou Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).

Deterioração

Para Wemerson França, economista da consultoria LCA, ocorreu uma piora das condições de crédito no Brasil, com alta da inadimplência, elevação dos juros, aceleração do spread e redução dos prazos médios. "Essa realidade foi determinada por alguns fatores, entre eles a redução da força da geração de empregos no país, maior moderação do avanço do rendimento real dos trabalhadores e aumento da cautela das famílias para buscar financiamentos", reforça.

O saldo total das operações de crédito, diante dessa moderação e da piora da inadimplência, subiu de 56% do Produto Interno Bruto (PIB) para 56,1% – avanço classificado como "relativa estabilidade" pelo chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel.

O economista do BC explicou que confiança em baixa é um fator que tende a influenciar a tomada de crédito. "Essa questão da confiança pressupõe uma cautela tanto da parte dos tomadores, quanto da parte dos bancos. Já em termos de inadimplência, isso não tende a trazer de forma direta um impacto maior", disse.

Maciel destacou ainda que a tendência de moderação do crédito se mantém. Ele lembrou que em 2013 o crédito registrou expansão de 14,7% e que, atualmente, esse ritmo é de 12,7% em 12 meses até maio. "Essa moderação tem um aspecto benigno em termos de sustentabilidade", disse. "A sustentabilidade do crédito requer taxas mais moderadas de expansão", acrescentou.

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