• Carregando...

O governo anunciou ontem uma linha de crédito de R$ 600 milhões, com pagamento facilitado, para os setores moveleiro, madeireiro e de máquinas e implementos agrícolas. Representantes dos setores acham bem-vinda a medida, mas dizem precisar de mudança na política cambial para elevar o valor do dólar.

O anúncio foi feito pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, em Florianópolis (SC), na sede da Federação das Indústrias do Estado (Fiesc). "Estamos trabalhando com estes setores há 60 dias e apostamos que o resultado deve chegar no médio prazo. São medidas emergenciais para dar fôlego aos setores, para que os empresários consigam se capitalizar", disse.

As indústrias poderão pedir empréstimos de R$ 5 mil a R$ 5 milhões. O custo será equivalente à variação da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) – que fica em 7,5% até setembro – mais 2,5% a 2,8% ao ano. A carência é de um ano e o pagamento em 24 meses. "A expectativa é de que, só no setor moveleiro, 15 mil empresas sejam beneficiadas", acrescentou Bernardo. O dinheiro vem de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e será operado pelo Banco do Brasil.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Luiz Carlos Toledo, diz que o setor recebe com interesse o incentivo, mas que continua o desejo de ver um câmbio mais favorável às exportações. "Estamos enfrentando dificuldades desde o início de 2005 que são maiores até do que as do setor de móveis. O dólar ideal seria de R$ 2,50", reclama.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), Domingos Rigoni, também acha que a ação do governo está aquém do necessário. "Precisamos de muito mais do que isso. Se o governo quiser ajudar mesmo a exportação de móveis, precisa mexer no câmbio", sugere Rigoni, que também gostaria de ver o dólar a R$ 2,50. Segundo ele, muitas empresas não poderão usufruir do crédito oferecido pelo governo, porque o banco costuma exigir garantia de mais de 100% do valor do empréstimo. "No mercado interno, as empresas enfrentam os mesmos problemas de todas as outras, que são carga tributária pesada, encargos sociais elevados e juros muito altos", continua.

No Paraná, há 4,45 mil empresas do setor de madeira e móveis, que empregam 82 mil trabalhadores. Foram exportados US$ 1,1 bilhão de madeira em 2005, enquanto no primeiro semestre de 2006 as vendas ao exterior fecharam em US$ 535,64 milhões. As empresas do setor representam 9,85% dos estabelecimentos da indústria de transformação do estado e 4,25% das vendas industriais. O setor de máquinas e implementos agrícolas do Paraná, por sua vez, exportou US$ 280 milhões no ano passado. Somando-se as vendas internas, o setor equivale a 1,21% das vendas industriais do estado. São 261 fábricas de tratores, colheitadeiras e de implementos que empregam 4,22 mil pessoas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]