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Banco ficou mais conservador na concessão de empréstimos e teve de aumentar provisões do ano. | Antônio More / Gazeta do Povo
Banco ficou mais conservador na concessão de empréstimos e teve de aumentar provisões do ano.| Foto: Antônio More / Gazeta do Povo

Crédito em desaceleração, inadimplência em alta e queda de 67% no lucro formaram o cenário do balanço do terceiro trimestre da Caixa Econômica Federal, divulgado ontem. Embora seja o único grande banco que ainda preveja crescimento na carteira de crédito em 2017, a Caixa teve de rever suas projeções.

Agora, espera uma alta inferior a estimada no fim do trimestre passado, quando o presidente da instituição, Gilberto Occhi, anunciou que teria algumas dezenas de bilhões para emprestar até o fim do ano. Além de a demanda não ter se concretizado, o banco ficou mais conservador nas concessões. O crédito cresceu 5% nos últimos 12 meses, longe da expectativa inicial de expansão. O vice-presidente de Finanças, Oswaldo Cavalcante, informou que a nova previsão é de um crescimento máximo de 7% em 2016. A expansão está focada em financiamentos imobiliários e de infraestrutura, que têm prazo de vencimento de dez anos, em média.

Na infraestrutura, a Caixa teve de fazer provisões -- economia para tapar possíveis rombos -- referentes a uma empresa do setor de óleo e gás, que, sozinha, afetou a inadimplência e a fez alcançar 3,58%. A expectativa é que o índice de atraso acima de 90 dias recue no último trimestre, quando o impacto deste cliente terá passado. Por enquanto, o banco não vê chances de reduzir os juros aos clientes, apesar da demanda fraca, da queda da Selic e da possível redução na inadimplência. Cavalcante diz que será preciso analisar principalmente o índice de atrasos. Por enquanto, diz ele, juros mais baixos são viáveis somente no crédito imobiliário.

Dinheiro novo

Caso a estratégia mude e a instituição volte a ser um indutor de crescimento da economia, a Caixa terá que adequar seu capital. Há cerca de um mês, Occhi informou que o banco venderá ativos para se capitalizar. O vice-presidente de riscos, Fábio Soares, disse que a capitalização não será necessária em 2016 e 2017. Por isso, ressaltou que a empresa terá tranquilidade para vender os ativos.

A desaceleração do crédito ajudou a Caixa a adiar essa necessidade de captar dinheiro novo, de acordo com Soares. O executivo mencionou que o banco passará a ser favorecido pela política de repasses do Tesouro Nacional.

Embora Soares não tenha feito referência direta ao tema, a Caixa sofreu no passado com atrasos em repasses do Tesouro referentes a despesas com o pagamento de programas sociais. Na avaliação do executivo, estes dois componentes influenciaram positivamente a necessidade de capital do banco este ano. “Olhando para 2017, vemos a mesma coisa, mantemos a mesma política”, disse.

lucro em queda

No terceiro trimestre, o lucro da Caixa somou R$ 998 milhões, queda de 67% frente aos R$ 3 bilhões de igual período do ano passado. A explicação para tamanha diferença é tributária, segundo a instituição. Em 2015, a alta da alíquota de CSLL gerou créditos para o banco.

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