O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está longe de ser uma figura querida entre produtores rurais. Mas foi no governo petista que o crédito ao agronegócio, segmento que responde por 25% das riquezas produzidas no País, registrou seu maior salto.
A diferença entre o valor liberado para o financiamento da safra no final de 2002 e o valor previsto no plano agrícola e pecuário 2010/2011 é de 361%. Isso significa que enquanto o presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deixou R$ 21,7 bilhões para custeio, comercialização e investimentos, Lula reservou R$ 100 bilhões, quase cinco vezes mais. "O ponto positivo do governo Lula foi o aumento do volume de crédito", afirma o deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), um dos representantes da bancada ruralista no Congresso.
O aumento do crédito oficial foi acompanhado por um crescimento de 21,1% na produção de grãos no período e um forte avanço na venda de alimentos e matérias-primas no mercado internacional. Em 2003, as exportações do agronegócio somaram US$ 30,6 bilhões. Em 2010, até novembro, esse valor era de US$ 70,3 bilhões, mais que o dobro.
Desde o início de sua gestão, Lula buscou diminuir a resistência dos líderes do agronegócio ao seu nome e ao PT, por conta da histórica relação de intimidade e apoio do partido ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST). O avanço do crédito, entretanto, não foi suficiente para Lula garantir a vitória de Dilma Rousseff (PT) nos cinturões agrícolas. Nas regiões com forte laço com o agronegócio, como Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a petista foi derrotada pelo tucano José Serra.
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