São Paulo - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou ontem não haver motivo para não acreditar que "o Brasil crescerá de forma sustentada". Ele afirmou que a massa salarial deve crescer mais de 4,5% este ano, o desemprego atingiu o menor nível da série histórica em julho e o crédito está chegando próximo ao nível pré-crise.
Segundo ele, a média diária de concessão de crédito no período de janeiro a setembro de 2008 foi de R$ 7,1 bilhões. Em junho deste ano, essa média atingiu R$ 7,3 bilhões; caiu para pouco mais de R$ 6 bilhões em julho; e nos primeiros 28 dias de agosto ficou entre R$ 6,9 bilhões e R$ 7 bilhões, "perto do nível pré-crise". Além disso, ele afirmou que os bancos pequenos e médios estão voltando a seus nichos. Esses dados, segundo ele, mostram que o Brasil tem uma retomada econômica rápida.
De acordo com Meirelles, em seus contatos com investidores estrangeiros, fica claro que o Brasil é visto como modelo. O país ganhou fatia de mercado no fluxo de capital externo e há informações de que há projetos de investimentos sendo desengavetados. O presidente do BC deu as declarações em evento da Sobeet, em São Paulo.
Estímulo
Meirelles afirmou ainda que "é legítima a discussão do processo de retirada gradual dos estímulos ao consumo", uma vez que o país tem "renda preservada, emprego preservado, desemprego em julho no menor nível da série e crédito voltando à normalidade". O Brasil, segundo ele, tem uma situação diferente da de outros países, nos quais o crescimento ainda depende de estímulos fiscais.
Sobre a possibilidade de o governo vir a conceder estímulos com foco nos investimentos, Meirelles afirmou que "claramente é o momento adequado para se discutir a retomada do investimento no Brasil".
Segundo ele, em um primeiro momento, a ação do governo foi para estimular a manutenção do consumo e ainda não era a ocasião de se falar em investimentos. Agora, quando aumenta a segurança em relação à demanda, é o momento de se buscar também a retomada do investimento.
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