• Carregando...
 | Antônio More/Gazeta do Povo
| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

A empresa de telefonia Oi terá dificuldades para aprovar o plano de recuperação judicial apresentado na segunda (5) para tentar sobreviver a uma dívida de R$ 65 bilhões.

Credores da empresa ouvidos pela reportagem disseram que não aprovarão os termos propostos. Fonte de um grande fundo de investimentos chegou a dizer que o modelo é “inaceitável”.

A Oi propôs transformar parte da dívida em títulos mobiliários, com desconto de até 70% no valor, que serão transformados em ações da companhia no prazo de três anos.

Aqueles que não aceitarem terão que esperar 10 anos para começar a receber.

Segundo uma das fontes, a proposta embute uma “pegadinha”, por não permitir que os credores participem da gestão da companhia no início da recuperação.

Se a empresa se recuperar rapidamente, os títulos serão recomprados com desconto; se não, os credores se tornarão sócios de uma empresa ainda em dificuldades.

Oi pode vender área de telefonia celular para escapar da falência

Com operação, empresa se concentraria no negócio de banda larga

Leia a matéria completa

“É um plano bastante agressivo”, comentou o advogado Rogério Nicola, que tem entre seus clientes fornecedores incluídos na lista de credores da Oi. “Mas não tem para onde fugir.”

A empresa ainda enfrenta uma disputa societária, o que pode dificultar as conversas, diz Nicola. Nos bastidores, o fundo Societé Mondiale, do empresário Nelson Tanure, tenta tirar do controle a portuguesa Pharol.

Na segunda, a Bovespa determinou que a companhia realize assembleia de acionistas solicitada por Tanure com o objetivo de indicar nomes ao conselho de administração. A assembleia deve ocorrer nesta quinta (8).

Os credores da Oi têm 30 dias para apresentar sugestões de modificação no plano de recuperação judicial. Depois disso, se não houver consenso, são mais 120 dias para negociação.

“Vemos o plano como um bom começo para as negociações, mas acreditamos que será mudado ao longo do processo”, escreveram os analistas Daniel Federle e Claudia Deberaldine, do Credit Suisse.

CONSOLIDAÇÃO

Com a previsão de venda de ativos, o plano de recuperação judicial da Oi pode ajudar a destravar o processo de consolidação do setor de telefonia no país, de acordo com analistas.

A lista de ativos que podem ser vendidos inclui desde subsidiárias no exterior a operações de telefonia celular no Brasil, passando por call centers e ativos de infraestrutura.

Para analistas do setor de telecomunicações, se der resultado, o plano abre caminho para uma fusão ou aquisições de negócios da Oi por outras empresas com operações no Brasil.

“Esperamos que (o plano) dê novo fôlego a uma possível consolidação do setor, que deve ser positiva para todos os outros players”, dizem os analistas Richard Dineen e Maria Tereza Azevedo, do UBS.

A Tim, que já chegou a negociar fusão com a Oi, é vista como a maior beneficiada.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]