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A movimentação de cargas congeladas, especialmente de aves, foi o grande destaque do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) no ano passado. Enquanto o movimento geral do TCP cresceu 16,4% em relação a 2005, o volume de contêineres "reefers" (para cargas refrigeradas ou congeladas) aumentou 24% – de 26,5 mil unidades para 32,9 mil. O total movimentado chegou a 453.811 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). A recuperação do setor avícola também contribuiu para o aumento de 13% nas exportações do TCP.

O gerente comercial do Terminal, Marcelo Marder, diz que poucas empresas apresentaram um crescimento tão expressivo como o terminal no ano passado. "Mas na verdade os números poderiam ter sido muito melhores, não fossem alguns problemas que enfrentamos", diz. Entre os obstáculos enfrentados pelo TCP estão a greve de caminhoneiros no Porto de Santos, que influenciou a movimentação de todos os terminais portuários no Sul do Brasil, e os prazos de operação dos navios, que ficaram ainda mais apertados no ano passado.

Além dos produtos avícolas, impulsionaram o crescimento do TCP a movimentação de carnes em geral e de cargas refrigeradas, como maçã e suco de laranja. "Além dos clientes tradicionais, fomos buscar aqueles que não tinham Paranaguá como opção de embarque", disse Marder. Para dar conta disso, o TCP contou com o ramal ferroviário ligando o local a um terminal de movimentação de contêineres da ALL Logística em Cambé. De acordo com informações da ALL, o TCP recebeu 150 contêineres por dia em dezembro, dos quais 93% eram de cargas frigoríficas. Os principais clientes da ALL nesse ramal são Sadia e Seara. A participação da ALL nas cargas do TCP passou de 5% em setembro para 22% em dezembro. "Apesar de ser um modal menos flexível, o ferroviário dá uma redução de custo em relação ao rodoviário", declarou Marder.

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), ainda analisa os números de 2006. Mas o diretor-executivo da entidade, Ícaro Siechter, disse que o resultado do ano passado deve ficar próximo ao de 2005. "Tivemos um período de recuperação, mas a gente nota que ficamos próximos ao resultado de 2005, que foi muito bom", afirmou. De acordo com Marder, o bom desempenho dos "reefers" contribuiu para o aumento de 13,3% nas exportações. Além das carnes, as cargas que tiveram destaque foram madeira, papel, couro e açúcar.

Queda

Por outro lado, as importações em 2006 sofreram retração de 4,7%. Segundo o TCP, a principal razão para isso é a guerra fiscal entre estados. No primeiro semestre de 2006, as alíquotas de importação pelos portos do Paraná não eram competitivas. Como resposta, o governo estadual baixou um decreto em março passado, diminuindo a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos produtos importados de 12% para 3%. Com isso, a movimentação de cargas importadas têm crescido nos últimos meses, explica Marder.

A movimentação entre portos brasileiros (transbordos) cresceu 213% no TCP em 2006. "O que pesou a favor foi a atuação da Receita Federal, que reescreveu alguns procedimentos e fez com que Paranaguá fosse muito competitiva, ganhando rapidez, sem perder a segurança fiscal", declarou Marder.

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