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Depois de três meses consecutivos de queda, o número de horas trabalhadas na indústria teve um crescimento de 2,08% em fevereiro em relação ao mês anterior, segundo mostram os indicadores industriais divulgados hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O aumento das horas trabalhadas é uma sinalização clara de recuperação da atividade industrial, segundo os economistas Flávio Castelo Branco e Paulo Mol, que divulgaram os indicadores. Em relação a fevereiro de 2005, o crescimento do número de horas trabalhadas chega a 2,3%.

Em fevereiro, as vendas na indústria caíram 0,44%, mas segundo os economistas essa queda reflete apenas uma acomodação do setor e não significa perda de dinamismo nem reversão da trajetória de crescimento. Já o emprego teve uma pequena melhora, de 0,4%, o que também foi recebido como um fator positivo, já que existe uma defasagem de tempo entre o aumento da produção e das horas trabalhadas no setor e o impacto no emprego. Segundo a CNI, o emprego tem se mantido estável desde o ano passado e deve crescer no segundo ou terceiro trimestre.

- A atividade econômica enfim dá sinais de crescimento. Os estoques estão ajustados e as perspectivas para os próximos meses são positivas. Esperamos que em março tenhamos também números muito bons - disse Paulo Mol.

Flávio Castelo Branco informou que, com base nos indicadores apurados até fevereiro, a CNI decidiu rever para cima as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país e do PIB industrial para 2006. A última previsão, feita em dezembro, é de crescimento de 3,25% para o PIB e 4,3% para o PIB da indústria. O que vem surpreendendo é o crescimento das vendas e da demanda interna. Essa demanda está forte tanto pelo crédito como pelas vendas, explicou Castelo Branco.

- A novidade é o mercado doméstico. O consumo doméstico está com uma performance muito boa, mais forte que se supunha em dezembro - observou o economista.

Quanto à utilização da capacidade instalada na indústria, os indicadores da CNI mostram que em fevereiro esse índice ficou em 79,5%, contra 81,3% registrados em fevereiro de 2006, abaixo, portanto, dos picos de 83% e 84% registrados em 2004. Segundo a CNI, a capacidade instalada se mantém em um novo patamar em torno de 81%, o que afasta qualquer risco de gargalo na indústria, falta de produtos ou pressão sobre os preços.

- No curto e no médio prazo não há qualquer entrave ao crescimento. Não é o crescimento dos sonhos, mas já se vislumbra uma possibilidade mais positiva - afirmou Castelo Branco.

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