A crise financeira internacional está gerando um "ajuste forte" na economia brasileira, que poderá registrar um crescimento próximo de zero neste ano, segundo avaliou nesta segunda-feira (9) o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da entidade, Flávio Castelo Branco. "Possivelmente, teremos um crescimento próximo de zero ou negativo", disse ele.
Ele lembrou que, em dezembro do ano passado, a previsão da CNI era de um crescimento de 1,8% a 2,4%. Nesta terça-feira (3), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE) divulga o resultado do PIB do quarto trimestre deste ano e, consequentemente, de todo ano de 2008. No terceiro trimestre do ano passado, que ainda não contabilizou os impactos da crise, o crescimento do PIB foi de 6,8%.
A estimativa da CNI para o PIB de 2009 é mais pessimista que a do Banco Central, que prevê um crescimento de 3,2% neste ano. Também é pior do que aquela do mercado financeiro, que nesta segunda-feira (9), segundo o BC, informou estar prevendo um crescimento de 1,2% para a economia brasileira em 2009.
"Mesmo assim, a economia brasileira pode crescer mais do que a média mundial. O cenário de ajuste é forte. Se os números não se agravarem mais, é um cenário otimista. Se vai entrar em recessão técnica, ou não [que se configura por dois trimestres consecutivos de queda do PIB], vamos ver", disse Castelo Branco, da CNI.
Juros
Por conta deste cenário de forte desaceleração econômica, o economista da CNI disse que seria possível reduzir mais os juros nesta semana. Na próxima terça e quarta-feiras (10 e 11) está marcada uma nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, para definir o nível da taxa básica de juros, atualmente em 12,75% ao ano. O mercado acredita que os juros serão reduzidos em um ponto percentual, para 11,75% ao ano.
"O Copom deveria intensificar os cortes de juros e reduzir mais do que um ponto percentual. Há mais risco de crescimento zero do que de inflação neste ano. A política monetária [definição dos juros pelo BC] está atrasada. A política monetária deveria responder com cortes mais fortes de juros", avaliou Castelo Branco.
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