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Veja os impactos da crise sobre os investimentos da indústri |
Veja os impactos da crise sobre os investimentos da indústri| Foto:

Apesar de os indicadores apontarem para um faturamento recorde neste ano, a indústria nacional ainda sente os efeitos da crise financeira desencadeada em 2008. Segundo estudo divulgado ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 59% das empresas do setor afirmam que ainda não se recuperaram totalmente dos impactos do abalo mundial, cujo marco – a quebra do banco norte-americano Lehman Brothers – completou dois anos no último dia 15. "Olhando os indicadores, pode parecer que a crise é uma coisa do passado, mas ela ainda afeta um conjunto de empresas", disse o do gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

A recuperação é mais lenta para as pequenas empresas: 63% delas ainda demonstram sequelas. Entre as grandes, o porcentual é de 46%. A pesquisa mostra que 21% das companhias que cancelaram investimentos por causa da crise ainda não conseguiram retomá-los. Além disso, 27,5% das entrevistadas voltaram a investir, mas o aporte de recursos é menor do que o planejado antes da turbulência global. A CNI ouviu 1.353 empresas (771 pequenas, 393 médias e 189 grandes) entre os dias 30 de junho e 20 de julho deste ano.

Segundo Castelo Branco, apesar de os principais indicadores de atividade da indústria brasileira já estarem melhores do que os registrados em setembro de 2009, a crise financeira internacional ainda não foi superada por todas as empresas do setor, sobretudo por aquelas que mais exportam.

"A crise ainda se mostra como fator de limitação para um conjunto não desprezível das indústrias brasileiras, com dano maior para as que dependem da retomada da demanda externa. Ainda assim, os efeitos do abalo no país, foram menores do que em outras economias devido à forte demanda interna, a qual tem sido a alavanca da recuperação da indústria", disse Castelo Branco.

A sondagem mostra que, para 35% das empresas industriais, o acesso ao crédito continua mais difícil do que no período anterior à crise. Para 24%, a inadimplência ficou maior. Entre as empresas exportadoras, 51% consideram que a demanda externa ainda se mantém em um patamar inferior ao de 2008. Por outro lado, 33% dos empresários entrevistados enxergam uma demanda interna maior no atual momento do que antes da crise.

Segmentos

Segundo o economista da CNI, embora a média aponte para expansão do conjunto da indústria, esse crescimento não é homogêneo. "O faturamento total no setor está 4% acima do verificado em setembro de 2008. Em condições normais estaríamos bem acima. Precisamos lembrar que os dados de faturamento e produção são a média de toda a indústria, mas ainda existem segmentos que não se recuperaram."

Entre os segmentos mais afetados (veja quadro nesta página), estão dois que têm presença significativa no Paraná: móveis e madeira. O maior nível de recuperação é verificado nas indústrias de refino de petróleo, borracha e papel e celulose.

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