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Economia global

Crise pode tirar US$ 700 bi do crédito para emergentes

Banco Mundial estima que países em desenvolvimento não serão capazes de atrair investimentos para cobrir suas necessidades financeiras

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, pediu que nações ricas ajudem as mais necessitadas. | Karen Bleier/AFP
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, pediu que nações ricas ajudem as mais necessitadas. (Foto: Karen Bleier/AFP)

O Banco Mundial estima que um eventual aprofundamento da crise econômica poderá criar uma lacuna de US$ 700 bilhões na captação de crédito dos países em desenvolvimento neste ano. Em um documento preparado para a reunião dos ministros de Finanças do G-20 a ser realizada no próximo fim de semana, a instituição estima que 98 de 129 países em desenvolvimento não serão capazes de atrair investimento privado suficiente para cobrir suas necessidades financeiras, o que criaria uma lacuna de US$ 268 bilhões em captações que não seriam realizadas. Esse valor, contudo, pode chegar a US$ 700 bilhões se a fuga de capitais for acelerada ou se esses países tiverem dificuldade para refinanciar suas dívidas.

"Os países em desenvolvimento enfrentam um déficit de financiamento de US$ 270 a US$ 700 bilhões devido ao fato de que os investidores privados fugiram dos mercados emergentes e só um quarto dos países mais vulneráveis dispõem de recursos para impedir um aumento da pobreza", escreveu o Banco Mundial no um comunicado que acompanha a publicação do estudo.

Recursos

De acordo com o Banco Mundial, nem a instituição nem outros organismos internacionais de financiamento teriam recursos suficientes para prover empréstimos às economias em desenvolvimento, mesmo que as necessidades de crédito se mantivessem no lado mais baixo da estimativa. Neste sentido, o banco pediu que as nações que compõem o G-20 ajudem aqueles países a conseguir os recursos necessários.

O Banco Mundial estima que a economia global irá contrair em 2009 e que o comércio internacional deverá registrar a maior queda em 80 anos. "A crise precisa de uma solução global e prevenir uma catástrofe econômica nos países em desenvolvimento é importante para a sua superação", disse o presidente da instituição, Robert Zoellick, por meio de um comunicado.

Zoellick tem pedido que os países desenvolvidos devotem 0,7% de seus pacotes de estímulo aos países mais pobres e o banco está criando uma linha de financiamento que receberá contribuições. Justin Lin, economista-chefe do Banco Mundial, vai reiterar esse apelo em um discurso hoje, que será realizado durante conferência organizada pelo Departamento Britânico para o Desenvolvimento Internacional, em Londres.

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