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O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, pediu que nações ricas ajudem as mais necessitadas. | Karen Bleier/AFP
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, pediu que nações ricas ajudem as mais necessitadas.| Foto: Karen Bleier/AFP

Região enfrenta dificuldade para financiar dívida

A América Latina foi a região que mais teve dificuldades para encontrar financiamento de suas dívidas no exterior entre novembro e fevereiro.

A queda está fazendo até mesmo com que a ideia de um fundo de investimentos regional para financiar a região seja colocado em compasso de espera.

A ideia de alguns países da região era a de criar, no Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), um fundo para a emissão conjunta de papéis da região no mercado internacional.

O plano surgiu em 2008. Mas, diante da crise, o projeto pode levar mais tempo que o previsto para que se torne realidade.

Segundo dados do BIS, a crise está levando a uma queda importante no volume de emissões de papéis dos mercados emergentes. A maior redução na tentativa de pegar empréstimos no exterior foi sentida na América Latina no último trimestre de 2008.

Diante das dificuldades no mercado global de créditos, a região repagou US$ 11 bilhões. A Argentina foi responsável por US$ 7 bilhões.

O Banco Mundial estima que um eventual aprofundamento da crise econômica poderá criar uma lacuna de US$ 700 bilhões na captação de crédito dos países em desenvolvimento neste ano. Em um documento preparado para a reunião dos ministros de Finanças do G-20 a ser realizada no próximo fim de semana, a instituição estima que 98 de 129 países em desenvolvimento não serão capazes de atrair investimento privado suficiente para cobrir suas necessidades financeiras, o que criaria uma lacuna de US$ 268 bilhões em captações que não seriam realizadas. Esse valor, contudo, pode chegar a US$ 700 bilhões se a fuga de capitais for acelerada ou se esses países tiverem dificuldade para refinanciar suas dívidas.

"Os países em desenvolvimento enfrentam um déficit de financiamento de US$ 270 a US$ 700 bilhões devido ao fato de que os investidores privados fugiram dos mercados emergentes e só um quarto dos países mais vulneráveis dispõem de recursos para impedir um aumento da pobreza", escreveu o Banco Mundial no um comunicado que acompanha a publicação do estudo.

Recursos

De acordo com o Banco Mundial, nem a instituição nem outros organismos internacionais de financiamento teriam recursos suficientes para prover empréstimos às economias em desenvolvimento, mesmo que as necessidades de crédito se mantivessem no lado mais baixo da estimativa. Neste sentido, o banco pediu que as nações que compõem o G-20 ajudem aqueles países a conseguir os recursos necessários.

O Banco Mundial estima que a economia global irá contrair em 2009 e que o comércio internacional deverá registrar a maior queda em 80 anos. "A crise precisa de uma solução global e prevenir uma catástrofe econômica nos países em desenvolvimento é importante para a sua superação", disse o presidente da instituição, Robert Zoellick, por meio de um comunicado.

Zoellick tem pedido que os países desenvolvidos devotem 0,7% de seus pacotes de estímulo aos países mais pobres e o banco está criando uma linha de financiamento que receberá contribuições. Justin Lin, economista-chefe do Banco Mundial, vai reiterar esse apelo em um discurso hoje, que será realizado durante conferência organizada pelo Departamento Britânico para o Desenvolvimento Internacional, em Londres.

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