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A turbulência financeira mundial deve apresentar ainda esse ano os primeiros impactos sobre a vinda de turistas ao Brasil, porém efeitos mais fortes são esperados somente para o ano que vem, dependendo da extensão da crise e da variação do dólar, avaliou a presidente da Embratur, Janine Pires.

Segundo ela, a entrada de estrangeiros no Brasil esse ano deve crescer até 2 por cento ante 2007, quando o país recebeu pouco mais de 5 milhões de turistas de fora do país que gastaram cerca de 4,9 bilhões de dólares.

A estimativa antes da crise era de uma expansão de 3 por cento do turismo internacional.

"O Brasil deve seguir a linha mundial e a perda deve ser de meio a um ponto percentual", disse Janine a jornalistas após evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

"Nós já estamos no fim do ano e até setembro não há efeito. O maior impacto (da crise) é 2009, quando teremos capacidade de avaliar a crise e a reação dos mercados...Achamos que vai haver uma boa temporada de argentinos no Brasil", complementou.

Ela ressaltou que a maioria das viagens é decidida com 30 a 40 dias de antecedência, mas por conta da crise financeira as decisões ficarão mais "para cima da hora".

A presidente da Embratur lembrou que Estados Unidos e Argentina são os principais emissores de turistas para o Brasil. No ano passado, 920 mil argentinos e 700 mil americanos visitaram o Brasil.

Janice disse acreditar que o aquecimento da economia brasileira e a forte demanda interna podem ainda fomentar o turismo doméstico e, parcialmente, compensar o fluxo menor de turistas estrangeiros

Segundo ela, a cotação do dólar será uma variável decisiva para o turismo brasileiro nos próximos meses.

A presidente da Embratur estima que se a moeda americana oscilar entre 1,85 e 2,10 reais o setor de turismo ainda se encontraria em um patamar confortável.

"Esse é o patamar confortável para não influenciar o turista brasileiro que quer ir para fora e também não torna o produto brasileiro tão caro", avaliou.

Hotéis lotados

O presidente da ABIH- Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Álvaro Bandeira de Mello, presente no mesmo evento, afirmou que até agora o setor não sentiu os efeitos da crise mundial, porém espera um impacto para 2009.

"Por enquanto não tem nada e os hotéis estão cheios. Estamos chegando na alta temporada, que vai até o carnaval do ano que vem", declarou.

Ele afirmou que todos vão sofrer com a crise e assim como Janice prevê momentos piores em 2009, com perspectiva da baixa temporada ser mais fraca do que o normal.

"Ninguém vai ficar livre. O sofrimento na hotelaria e no turismo vai demorar um pouco. Nosso medo é que a baixa temporada seja mais baixa que o normal em 2009", acrescentou o executivo, que enxerga na alta do dólar uma possibilidade de beneficiar a vinda de estrangeiros ao Brasil.

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