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“Imagine como fica a situação dos atores, que vivem de bilheteria. Isso tudo é assustador, ainda mais que estamos em um imóvel alugado e o dono não quer saber se tem gripe A ou B. Ele quer o aluguel.” João Luiz Fiani, dono do Teatro Lala Schneider | Pedro Serápio/ Gazeta do Povo
“Imagine como fica a situação dos atores, que vivem de bilheteria. Isso tudo é assustador, ainda mais que estamos em um imóvel alugado e o dono não quer saber se tem gripe A ou B. Ele quer o aluguel.” João Luiz Fiani, dono do Teatro Lala Schneider| Foto: Pedro Serápio/ Gazeta do Povo

Não há uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o fechamento de estabelecimentos culturais e de lazer. Mas o alerta para que as pessoas evitassem aglomerações e locais fechados teve quase o mesmo efeito. O ator João Luiz Fiani, dono do Teatro Lala Schneider, conta que a taxa média de público passou de 90% para 30% – o que culminou com o fechamento o teatro por quatro semanas e o cancelamento de 20 peças. Ele calcula que os prejuízos cheguem a R$ 70 mil. "Imagine como fica a situação dos atores, que vivem de bilheteria. Isso tudo é assustador, ainda mais que estamos em um imóvel alugado e o dono não quer saber se tem gripe A ou B. Ele quer o aluguel."

A situação ficou tão crítica que alguns produtores de teatro discutem com a Fundação Cul­­tural de Curitiba a possibilidade de se criar um festival em outubro, como forma de reconquistar o público."Todos concordam que os teatros particulares precisam ser autossustentáveis. Mas na situação atual, ter algum apoio público é indispensável para a nossa sobrevivência", diz o administrador do Teatro Regi­na Vogue, Adriano Vogue. Se­­gundo ele, a queda nas bilheterias e a paralisação do seu teatro entre 3 e 16 de agosto já lhe custou mais de R$ 30 mil.

Os donos de bares e casas no­­turnas também so­­frem com a gripe. Proprietário da Prime Produções, Mac Lovio Solek lembra que os últimos shows que produziu tiveram uma queda de 40% de público. "Depois tivemos que adiar os shows do Zé Ramalho e do Abba Magic", conta, sem revelar quanto perdeu. "Você perde a divulgação que tinha sido feita e os serviços que foram alugados." A saída, segundo ele, é a união. "Os profissionais do nosso ramo têm aceitado negociar preços, assim como há artistas que remarcam datas sem cobrar por isso."

O movimento nos bares curitibanos caiu 30% e 60% nas casas noturnas segundo Fábio Aguayo, presidente da Asso­cia­ção Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) no Paraná. Na percepção de Aguayo, o consumo de bebidas e alimentos também caiu. "Com casa cheia, as pessoas tendem a permanecer mais e a gastar mais."

A presença de público nas salas de cinema do país tem batido recordes em 2009, mas a gripe também freou o movimento em agosto. No primeiro fim de semana do mês, o público dos 20 filmes mais vistos caiu 24% em relação ao mesmo fim de semana em 2008; e a renda foi 17% menor. Durante a semana, a queda foi estimada em 30%.

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