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Rio (AG) – A turma do software livre e aberto esteve acompanhada, este ano, da turma da música, do vídeo, da arte eletrônica e dos textos livres e abertos. É que, simultaneamente ao Fórum Internacional Software Livre (Fisl), que aconteceu em Porto Alegre na semana passada, o Festival Multimídia de Cultura Livre estreou, mostrando um bocado de projetos de arte "open-source", a grande maioria usando licenças do movimento Creative Commons, mais ou menos o equivalente na arte ao copyleft que mantém o software em liberdade. Só que as licenças artísticas abertas são mais leves e permitem que o artista escolha em que grau vai disponibilizar sua obra para o público. Aliás, o título oficial do festival é uma tirada em cima do nome da licença: Criei, Tive Como!

O curador do evento, advogado e responsável pelo Creative Commons no Brasil, Ronaldo Lemos, também é coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas. Ele reuniu no evento artistas de diversas mídias e contou para isso com a ajuda de outros movimentos de liberação da arte e do conhecimento como Tangolomango e Overmundo. "Conseguimos o teatro do Sesi de Porto Alegre para as apresentações, com capacidade para 1,6 mil pessoas", conta.

Na parte de linguagem eletrônica, foram convocados os integrantes do File (Festival Internacional de Linguagem Eletrônica), de Sampa. "Eles mexem com tecnologia e web art. Pedi que levassem para o Fisl o que tivessem de software livre. A principal atração será a obra do designer Dimitre Lima."

O quesito cinema livre foi representado pelos membros do Cine Falcatrua, do Espírito Santo. A história deles é curiosa, lembra o curador. O grupo tinha um projeto de extensão em cinema na universidade e acabou processado pelas distribuidoras hollywoodianas por exibir filmes sem autorização (ainda que, pelo menos segundo o curador, fossem filmes que nunca tiveram lançamento oficial no Brasil).

Mas... essa história de licença aberta para música, vídeo, cinema e web art não atrapalha a vida financeira do artista, não? De jeito nenhum, responde Ronaldo Lemos.

"Não se perde dinheiro, nem faturamento com uma licença Creative Commons", garante. "Os artistas costumam liberar a reprodução da obra para fins não comerciais. O que acontece? Ao contrário do disco novo da Marisa Monte, que não pode ser copiado para lugar nenhum, os discos com licença Creative Commons avisam: se é para uso pessoal, pode botar até na internet, no e-Mule. Pode copiar para o iPod, para onde for. Só não pode vender (por outra gravadora, por exemplo). No fim das contas, o usuário é premiado, e pode compartilhar o conteúdo com os amigos sem ser penalizado."

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