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Apesar de a inflação da Grande Curitiba ter desacelerado na passagem de abril para maio – quando foi de 1,46% para 0,76% – a capital acumula a maior variação entre todos os 13 locais pesquisados nos últimos 12 meses, com alta de 9,61% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), informou o IBGE nesta quarta-feira (10). O índice está acima da inflação oficial do país (8,47%) e bem acima do teto da meta do governo, de 6,5%. No acumulado ano, o IPCA da capital soma 6,40%, a maior taxa entre todas as regiões e acima da média nacional – 5,34%.

INFOGRÁFICO: Veja a evolução da inflação em Curitiba

Dos nove grupos pesquisados, oito registraram alta em maio frente a abril, com destaque para os grupos de Saúde e Cuidados Pessoais (1,97%), Vestuário (1,38%) e Despesas Pessoais (1,11%) e Artigos para Residência (0,84%), que subiram acima da inflação média do mês.

Em 12 meses, o grupo Habitação acumula alta de 21,57% e é o grande vilão da inflação na capital, puxado pelo aumento acumulado de 85,51% na tarifa de energia residencial e pelo reajuste de 18,75% do gás de cozinha.

Surpresa negativa

Sob pressão da alta dos preços dos alimentos e da energia elétrica, a inflação oficial brasileira acelerou em maio acima das expectativas do mercado e levou alguns economistas a descartarem a possibilidade de o Banco Central conseguir entregar o índice no centro da meta, de 4,5%, em 2016.

O IPCA disparou 0,74%, o maior resultado para o mês desde 2008. A taxa em 12 meses, por sua vez, subiu mais um degrau e, aos 8,47%, está no maior nível desde dezembro de 2003, informou o IBGE.

A variação do IPCA no mês passado ficou acima das expectativas dos economistas, que projetavam no máximo uma elevação de 0,68%. No mercado futuro de juros, a reação imediata foi mudar as apostas para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em julho. Até então, ainda pairava uma dúvida sobre a continuidade do ritmo de alta nos juros. Agora, mais uma elevação de 0,50 ponto porcentual na Selic, é dada como certa. Atualmente, a taxa é de 13,75% ao ano.

Para o economista da RC Consultores Marcel Caparoz, a inflação medida pelo IPCA deverá encerrar 2016 em 6,3% a despeito de todos os esforços do governo. Caparoz reconhece que o ajuste econômico tomado por empreitada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, entrou nas casas das famílias por meio da redução da demanda por serviços, mas que a inércia de uma inflação de 8,3% em 2015 – essa é a projeção da RC Consultores – vai jogar por terra a pretensão do BC de trazer a inflação para o centro da meta em 2016.

“Esse discurso do BC de que a inflação vai convergir para o centro da meta no ano que vem não é factível”, avalia Caparoz.

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