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“Algumas empresas têm investido em parques industriais em outras regiões, como a Nordeste, mas não temos plano de expansão. Com os centros de istribuição conseguimos reduzir os prazos e chegarmos mais rápido até os consumidores.” -Luiz Alberto de Castro Wille, CEO da Racco há um ano | Felipe Rosa/ Gazeta do Povo
“Algumas empresas têm investido em parques industriais em outras regiões, como a Nordeste, mas não temos plano de expansão. Com os centros de istribuição conseguimos reduzir os prazos e chegarmos mais rápido até os consumidores.” -Luiz Alberto de Castro Wille, CEO da Racco há um ano| Foto: Felipe Rosa/ Gazeta do Povo

Oportunidade

Casal criou a empresa para ocupar espaço vazio identificado no setor

A Racco foi fundada em 1987, na cidade de Curitiba, pelo casal Gisela e Felipe Rauen. Segundo eles, na época havia espaço e oportunidade para uma nova linha desenvolver cosméticos com padrão de qualidade e de inovação. Com a abertura do mercado, a Racco firmou parcerias internacionais que a levaram a lançar aqui produtos com ativos e embalagens que estavam sendo lançados simultaneamente nos mercados da Europa e da América do Norte.

Hoje, a empresa tem um port­­fólio com mais de 300 produtos, uma planta industrial e logística de 40 mil metros quadrados e com capacidade produtiva de mais de 10 milhões de unidades por mês. A empresa tem como objetivo ampliar sua participação no mercado brasileiro e inicia operações em mais de uma dezena de países.

O CEO da empresa, Luiz Alberto de Castro Wille, trabalhou por quase sete anos como diretor-superintendente do O Boticário, entre 1987 e 1994, e por quase três anos como diretor de negócios e vendas da Volvo do Brasil, responsável pelo canal de distribuição da companhia na América do Sul, entre 1999 e 2001. Wille foi também, durante 12 anos, vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP).

Consultores

500mil consultores formam uma rede de distribuição que, para a Racco, dispensa a instalação de centros regionais com logística própria de armazenagem e transporte. Eles são fidelizados com sistema de pontuação. Empresa se estrutura também nos Estados Unidos, Portugal, Angola, Paraguai e Bolívia.

Disposta a enfrentar os gran­­des concorrentes em pé de igualdade, a Racco aposta no dinamismo para ganhar espaço e conquistar a clientela. A empresa adota, desde o ano passado, "bons princípios da governança" corporativa, como forma de concretizar a transição da gestão familiar para a profissional. Nesse percurso, contratou como CEO Luiz Alberto de Castro Wille, que em agosto completa um ano à frente da companhia – no mesmo mês a empresa curitibana completa 25 anos de atuação.

A transição da gestão da empresa, que tem como essência a venda de cosméticos porta a porta, com cerca de 500 mil consultores em todo o país, acontece em um período de aquecimento do setor. Segundo Wille, o segmento segue na contramão dos bens de consumo. "Quando os bens duráveis estão em alta, diminuem as vendas de cosméticos."

As vendas da Racco estariam crescendo acima da média do setor, numa diferença de 12% para 9%. A intenção, porém, é fechar o ano com alta de 18%. O segundo semestre é a época dos lançamentos de cosméticos, ou seja, temporada que define se as vendas realmente aumentam. A empresa deve lançar ao todo 42 produtos, entre cosméticos, alimentos e nutricosméticos, durante este ano.

Na tentativa de se aproximar dos clientes, a Racco tem centros de distribuição em todas as regiões do país e o plano é, dentro de um ano, trabalhar com 21 pontos de distribuição. "Algumas empresas têm investido em parques industriais em outras regiões, como o Nordeste, mas não temos plano de expansão. Com os centros de distribuição, conseguimos reduzir os prazos para chegarmos mais rápido até os consumidores", salienta o CEO da empresa. Uma das empresas que está expandindo a planta fabril para o Nordeste, por exemplo, é O Boticário, também paranaense, que anunciou, no ano passado, a construção de uma planta na Bahia.

A expansão do poder de compra dos brasileiros é o grande trampolim em que a Racco quer saltar. Wille lembra que, na década de 1990, o número de brasileiros com acesso a cartões de crédito era de 6 milhões e, hoje, varia entre 60 e 70 milhões. "Queremos boa parte dessas pessoas consumindo nossos produtos." A empresa tem como foco as classes B e C, sem deixar de atender as demais classes, segundo o executivo.

Para se diferenciar dos concorrentes, a Racco aposta no marketing multimídia, direcionado também os consultores. "Há metas para serem cumpridas e, assim que elas são batidas, os consultores sobem na escala, com um sistema de pontuação. Essa estratégia ajuda a superar as épocas de dificuldades no mercado, já que o consultor fica com a empresa não só por ocasião", analisa.

Não é só no Brasil que a companhia espera faturar, já que a Racco tem atuação nos Estados Unidos, Portugal, Angola, Paraguai e Bolívia. A operação nos EUA, localizada no estado da Califórnia, tem boa aceitação dos americanos, segundo Wille. "Os produtos típicos da flora da América do Sul chamam a atenção e os fitoterápicos estão indo muito bem. Além disso, as projeções mostram que 40% dos EUA devem falar espanhol na próxima década, o que é muito oportuno para a empresa", destaca.

De acordo com o executivo, a transição da gestão familiar é uma preparação para o futuro, mas não significa que a empresa irá abrir capital na bolsa de valores. "Enquanto o capital social for suficiente para os investimentos, não há necessidade [de abertura]", pondera Wille.

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