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O aumento no custo da energia elétrica poderá ser um entrave à competitividade das empresas brasileiras nos próximos anos. O aumento do consumo de energia por tonelada produzida e o realinhamento tarifário – que dependendo do consumo poderá chegar a 41,13% até 2007, acima dos reajustes normais autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) – já assustam o setor empresarial. Além disso, consultores do setor elétrico não descartam a possibilidade de um apagão nos próximos anos, apesar das promessas do presidente Lula.

A maioria das empresas, porém, ainda não está atenta para as conseqüências do realinhamento, imposto pela Lei 10.438/02 e os decretos 4.562/02 e 4.667/03. Hoje, a tarifa elétrica industrial tem um custo menor do que a residencial. Com o realinhamento, as tarifas cobradas da indústria terão reajuste maior do que as cobradas das residências até 2007, quando o processo será finalizado.

Segundo o consultor de energia e diretor da Enercons Consultoria, Ivo Pugnaloni, as grandes fábricas de cimento, alumínio, siderúrgicas e montadoras de veículos, por exemplo, estarão pagando 41,13% a mais pela energia daqui a dois anos. Para os grandes laticínios, frigoríficos e empresas quem consomem até 138 kwg, a alta será de até 30,11%. As indústrias de porte médio, supermercados, shopping centers e serrarias, pagarão 12,82% a mais pela energia, além da inflação.

Pugnaloni lembra que para incentivar a privatização das empresas de energia, o governo aumentou a margem de lucro das distribuidoras e introduziu o subsídio cruzado, ou seja, o consumidor residencial passou a subsidiar o consumidor industrial. Graças a isso a tarifa industrial de energia elétrica no Brasil, em dólar, é uma das mais baratas do mundo. Mas o aumento dos custos poderá afetar esta vantagem competitiva.

Por outro lado, as tarifas residenciais brasileiras ainda estão entre as mais caras do mundo. De acordo com estudo da Enercons, enquanto o consumidor residencial de Paris paga US$ 75 por magawatt/hora, no Brasil o custo é de US$ 95 e no Canadá o preço é ainda menor: US$ 64 por megawatt.

Além do realinhamento, Pugnaloni lembra que o uso de tecnologia também fará aumentar os gastos das empresas com energia. "A automação leva as empresas a optarem pelo aumento de máquinas em busca de qualidade e competividade, gastando mais energia por tonelada produzida. É o chamado consumo enérgitico específico", explica.

As empresas têm somente mais dois anos para acordar e terão que reduzir o quilowatt por tonelada, através do aumento de eficiência energética na planta industrial.

Segundo Pugnaloni, isso pode ser feito através da compra de equipamentos mais modernos e motores de maior rendimento.

Outro item que o empresário deve prestar bastante atenção é com relação a otimização do contrato com a concessionária de energia local. Se isso não for possível, a opção é o mercado livre de energia.

Outra saída é a empresa ter a sua auto-produção de energia. O investimento de R$ 2,2 milhões para que a empresa se torne auto-suficiente em energia é recuperado no máximo em três ou quatro anos, sendo que 80% dos recursos podem ser financiados pelo BNDES.

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