A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pediu na manhã desta segunda-feira explicações ao Itaú a respeito dos rumores de que a instituição estaria negociando a compra do Bank Boston. De acordo com a assessoria de comunicação da autarquia, a previsão é que o Itaú se pronuncie sobre o assunto ainda esta tarde.
Matéria publicada no Valor Econômico informa que o Bank of America (BofA), segundo maior banco privado dos Estados Unidos, poderá ter de 8% a 10% do capital total do Itaú se for concluída a venda dos ativos do BankBoston no Brasil, Chile e Uruguai para o grupo brasileiro.
Ainda segundo o Valor, as conversas sobre a aquisição tiveram início em outubro e estão na reta final, mas Bradesco e o espanhol BBVA ainda tentam interferir no processo. O BBVA, que teve operações no Brasil de 1998 a 2003, quando as vendeu ao Bradesco, quer voltar ao país.
O Itaú ofereceu US$ 3 bilhões em ações preferenciais do Itaú ao BofA, controlador do BankBoston, em pagamento pelas operações nos três países latino-americanos. O valor equivale a quase 13 vezes o resultado do Boston e a pouco mais de 2,5 vezes seu valor contábil.
O banco americano passaria a ter o direito de indicar um membro do conselho de administração do banco brasileiro. Teria também uma opção de dobrar sua participação no Itaú em até dois anos. A marca BankBoston não entra no pacote.
Se o negócio for concretizado, o Itaú encostaria no Bradesco na disputa pela liderança de bancos privados brasileiros - e poderia até passá-lo, conforme o ranking. Segundo dados do Banco Central, por exemplo, Itaú e BankBoston teriam, somados, R$ 168,6 bilhões em ativos. O Bradesco tem R$ 165,8 bilhões. Na gestão de recursos, o Itaú abriria larga vantagem sobre seu principal concorrente.
A assembléia do Itaú que votará o aumento de capital para a aquisição está marcada para quarta-feira. Haverá diluição de acionistas minoritários.



