São Paulo (Folhapress) A fabricante norte-americana de autopeças Dana informou ontem que pediu concordata. A empresa vem enfrentando dificuldades desde 2005, quando anunciou que teria de reduzir sua previsão de lucros devido a erros contábeis. A companhia é mais uma ligada ao setor automobilístico dos EUA que vem sofrendo com a perda de força no mercado do país.
Em janeiro, a Dana, que emprega 46 mil funcionários no mundo todo, informou que teve um prejuízo de cerca de US$ 1,3 bilhão no terceiro trimestre do ano passado. A empresa tem atividades no Brasil, inclusive com uma fábrica em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba.
A concordata nos EUA permite que a empresa continue operando enquanto negocia com seus credores, de modo semelhante à nova Lei de Falências brasileira. A empresa fica protegida de ações judiciais para a cobrança de dívidas durante o processo. O pedido foi feito na Corte de Falências do Distrito Sul de Nova York.
"As condições gerais da indústria, juntamente com a incapacidade da Dana de renovar ou expandir seu crédito em tempo hábil, restringiu de modo significativo nossa liquidez", informou a empresa em um comunicado. O pedido, no entanto, não afeta as operações na Europa, América do Sul, Ásia, México e Canadá.
Aumentos dos preços da energia afetaram o setor de autopeças de duas maneiras: encareceram as matérias-primas e reduziram a demanda por veículos esportivos utilitários, principal alvo da produção da Dana.
A empresa segue o mesmo caminho da Delphi, maior fornecedor de autopeças dos EUA, que pediu concordata em outubro. A Visteon, segunda maior do mercado americano, deve fechar três fábricas e vender outras seis como parte de seu plano de reestruturação. As empresas alegam que sofrem muita pressão das montadoras por preços menores. A Dana fornece peças para GM, Ford e outros fabricantes.
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