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Pouco mais de cinco meses depois de seu lançamento, o Débito Direto Autorizado (DDA) já tem mais de 3,2 milhões de cadastros no Brasil, segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Mas o serviço, lançado pelos bancos em outubro do ano passado, ainda enfrenta desafios, como o de trazer mais boletos para as pessoas físicas pagarem no sistema e, assim, aumentar sua utilidade.

O DDA funciona assim: o cliente do banco se cadastra e, a partir deste momento, os boletos que receberia em casa passam a "chegar" pelo sistema, ou seja, não existe mais aquele boleto de papel. O cliente tem que entrar no DDA pelo internet banking, celular, caixa eletrônico ou telefone e pagar a cobrança.

A vantagem para o cliente, além de ter menos contas em papel para controlar, pagar e guardar, é que os boletos podem ser pagos de qualquer lugar, já que não é necessário ter o papel em mãos. Alguns bancos também oferecem o serviço de alertar o cliente quando um novo boleto é cadastrado no DDA, para que ele não se esqueça de pagá-lo.

Os bancos também dizem que o sistema é seguro, já que boletos emitidos indevidamente em nome do cliente podem simplesmente não ser pagos – o consumidor tem que autorizar o pagamento de cada cobrança.

Exceções

O sistema, porém, tem duas grandes exceções: as contas de concessionárias de serviços públicos, como água, luz e telefone, ainda não estão no DDA. Além disso, os boletos de cobrança não registrada, aqueles que não são emitidos diretamente em nome do cliente mas somente entregues a ele, como em academias e escolas, também não aparecem.

"Em 2009, foram 2,1 bilhões de boletos compensados no sistema bancário. Ainda temos um caminho muito grande pela frente", diz Walter Tadeu Pinto de Faria, diretor-adjunto de serviços da Febraban.

As contas de concessionárias ainda não têm prazo para chegarem ao DDA, segundo a Febraban, que diz que o tema ainda está em estudo preliminar.

Segundo Sidney Passeri, gerente executivo da diretoria comercial do Banco do Brasil, o problema é que as concessionárias são obrigadas por lei a informar uma série de dados ao consumidor na conta e as exigências variam conforme a agência reguladora da área. "O desafio é como apresentar isso de forma padronizada no DDA", diz ele.

Pequenas empresas

Para trazer mais boletos à tela do cliente, os bancos tentam convencer donos de pequenas empresas como escolas, administradoras de condomínios e academias, a migrar para a cobrança registrada. "Para a cobrança de pessoas físicas, muitas empresas ainda usam a cobrança não registrada", diz Passeri. Segundo ele, o BB oferece aos pequenos empresários gratuitamente um sistema que emite boletos, faturas e notas fiscais para que eles possam emitir cobranças no DDA com a mesma agilidade do boleto impresso sem registro.

"Temos que explicar para as empresas as vantagens do DDA, se não a pessoa física, apesar de se cadastrar no sistema, terá poucos boletos disponíveis", diz Leonardo Ribeiro, superintendente de produtos do Santander. Ele afirma, porém, que não há resistência do pequeno empresário ao DDA. "É só uma questão de fazer uma pequena adaptação no software que ele já usa."

Empresas

Por outro lado, nas cobranças entre empresas o DDA é um grande sucesso, de acordo com os bancos. No BB, por exemplo, apesar de 80% dos cadastros serem de pessoas físicas, 90% dos boletos que circulam no sistema são para pessoas jurídicas. "As empresas já têm uma cultura da cobrança registrada", diz Altair Antônio de Souza, diretor da área de produtos e serviços do Bradesco.

"O projeto atendeu a uma necessidade das empresas, principalmente das que tinham muitos boletos a pagar", diz Ribeiro, do Santander. "Existe um ganho de eficiência muito grande para as empresas, que não precisam lidar mais com tantos boletos em papel."

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