Uma delegação uruguaia viajará na quinta-feira a Brasília para analisar as barreiras impostas pelo Brasil a produtos uruguaios e tentar restabelecer o fluxo exportador, disse nesta quarta-feira o diretor de Indústria Sebastián Torres.
No encontro - do qual participarão autoridades dos ministérios das Relações Exteriores, Economia e Indústria - será analisada a situação "nos setores de lençóis, cobertores e acolchoados, que são algumas das exportações que têm tido problemas de acesso ao mercado brasileiro nos últimos meses", disse Torres em declarações divulgadas pelo site da presidência uruguaia.
O funcionário qualificou a situação de complexa e argumentou que o objetivo da missão é tentar "restabelecer o fluxo exportador".
Torres recordou que, com a imposição de barreiras aos têxteis uruguaios há quatro meses, as empresas locais diminuíram a quantidade de exportações ao Brasil e "muitos trabalhadores ficaram desempregados".
A esta situação se somou uma nova medida antidumping brasileira.
Na semana passada, o governo de Dilma Rousseff anunciou a aplicação de uma sobretaxa de 5,22 dólares por quilo do produto para frear o ingresso ao país de cobertores procedentes do Uruguai e Paraguai, por considerar que utilizam fibras sintéticas da China, o que reduz seu preço.
Durante a reunião de quinta-feira as delegações analisarão também a situação do setor automotivo, em particular da empresa Effa/Lifan, e se buscará "a possibilidade de restabelecer o fluxo exportador no menor prazo possível", disse Torres.
A empresa uruguaia Effa Motors opera com metade de sua capacidade depois de ter sua produção reduzida, em meados do ano passado, devido a barreiras do Brasil.
Torres destacou que tratam-se de "casos isolados", embora "muito importantes" para a economia do Uruguai, e garantiu que apesar destas medidas "o relacionamento é muito bom" entre os dois governos.
Em 2011, o Brasil foi o destino de 20,3% das exportações uruguaias, segundo cifras divulgadas pelo Instituto Uruguai XXI.
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