
O faturamento da indústria nacional de autopeças desabou 22% no acumulado de janeiro a outubro, e provavelmente terminará 2009 com sua primeira retração desde 1998. Mesmo assim, esse resultado já representa uma importante melhora em relação ao que ocorreu no início do ano no primeiro bimestre, a queda nas receitas chegava a 33%. No Paraná, que também começou 2009 com recuos de mais de 30%, a perda acumulada baixou para 13% ao fim de outubro.
Os dados, ainda preliminares, são de uma pesquisa do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos (Sindipeças). As estimativas são feitas a partir de uma amostragem de 92 empresas, das quais 8 paranaenses, que representam 42% do mercado.
Agora, as máquinas
Os números do Sindimetal-PR que tem entre suas afiliadas várias empresas do segmento são um pouco diferentes, mas indicam a mesma tendência. "No primeiro trimestre, a queda nas vendas foi de 42%. Agora, o acumulado do ano mostra uma baixa de 17%", diz o presidente do sindicado, Roberto Karam.
Fabricantes paranaenses atribuem a melhora ao aumento das vendas de automóveis impulsionada pela redução do IPI e, em especial, à recente retomada dos mercados de caminhões e máquinas agrícolas, os mais afetados pela crise internacional. A demanda externa também está reaparecendo, afirmam as empresas, mas em ritmo mais lento. Isso ocorre porque a retomada da economia nos países do hemisfério Norte está sendo mais tímida do que no Brasil.
"A partir de outubro, principalmente, houve uma melhora acentuada na área agrícola e no mercado de caminhões. Ainda vamos fechar o ano com queda de 30% nas vendas, mas poderia ser pior", conta Almiro Costa, diretor da Methal Company e da Methal C, empresas curitibanas que fornecem componentes para montadoras de carros, caminhões, colheitadeiras e tratores. "A grande dúvida é sobre o que ocorrerá a partir de dezembro, quando chega ao fim a política de juros baixos para veículos pesados. As taxas, que normalmente variam de 9% a 11% ao ano, foram reduzidas para 4,5%, mas isso acaba no mês que vem."
Na Aesa, fábrica de molas e pinos para carretas com sede em Cambé (Norte do Paraná), a demanda dos últimos meses também aliviou as perdas do ano. "Em outubro, faturamos a venda de 800 toneladas de produtos, quase o que vendíamos em bons meses no ano passado. No primeiro semestre deste ano, conseguíamos só 450 ou 500 toneladas", diz o André Bearzi, diretor comercial da companhia.



