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Há quatro anos, os 12 principais produtos da pauta de exportações do Paraná respondiam por 92,4% do valor exportado pelas empresas do estado. Hoje, os mesmos 12 produtos representam 86,6% das vendas. E mesmo considerando os 14 principais itens, a soma do valor obtido com as exportações não chega a 90%. A variação nestes quatro anos, ainda que pequena, confirma a tendência de diversificação na pauta de exportação paranaense. "A gente percebe sinais de recuperação pela diversificação", conta Roberto Zürcher, do Departamento Econômico da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

As análises do Departamento mostram ainda que, nos últimos anos, cresceu o valor obtido com a exportação de itens manufaturados e semi-manufaturados, e caiu a receita decorrente da exportação de produtos básicos.

A diversificação já era apontada pela consultoria GT Internacional, no início deste ano, como a saída para um período de vacas magras para o setor exportador, principalmente por causa da desvalorização do dólar. Para o diretor da GT, Gustavo Machado, a colocação de outros produtos no mercado internacional já está fazendo diferença, tendência que deve ganhar força no decorrer do ano, apesar da queda ainda observada no saldo da balança comercial paranaense – principalmente depois que a China deixou de importar produtos que pesavam na balança do estado, como a soja e derivados.

"A queda era um pouco mascarada, por causa da questão da soja que a China deixou de comprar. Agora esta máscara cai. A soja o Brasil segura para vender para outros mercados, e outros produtos sustentam a queda da China", afirma Machado.

Um destes produtos, os motores para automóveis 1.0 e superiores, tiveram aumento de 563% no valor das exportações para a China no primeiro bimestre deste ano na comparação com os dois primeiros meses de 2006. Os motores, fabricados pela Tritec em Campo Largo, na região de Curitiba, vão para a montadora chinesa Chery, cujos carros chegarão em breve ao Brasil e, ao lado do Renault Logan e dos indianos da Tata, devem criar concorrência num segmento ainda pouco explorado no Brasil, o de carros para classes mais populares.

Apesar destes esforços, as importações continuam crescendo em ritmo superior ao das exportações, o que tem feito cair o saldo da balança comercial do Paraná. "A importação está crescendo porque o dólar favorece. Você consegue colocar uma série de produtos a preço competitivo no mercado, e isso não é ruim", avalia Gustavo Machado. (FL)

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