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A Tritec Motors, fabricante de motores instalada em Campo Largo, virou objeto de leilão. Um mês depois de a montadora chinesa Lifan anunciar que está interessada em comprar a empresa paranaense, ontem foi a vez de duas montadoras da Rússia deixarem claro que também estão de olho nela. Segundo o site do diário russo Kommersant, representantes de um consórcio formado pelas montadoras GAZ e AutoVAZ virão ao Brasil no início do mês que vem para dar início às "conversas oficiais".

O jornal afirma ainda que os russos e os controladores da Tritec já teriam conversado anteriormente sobre a compra, em caráter preliminar. A Agência Industrial Russa também estaria envolvida na negociação – seu diretor, Boris Aleshin, é membro do conselho da AutoVAZ. Em abril, ele e os diretores das duas montadoras vão acompanhar o primeiro-ministro russo, Mikhail Fradkov, em sua visita ao Brasil.

Enquanto a Lifan planeja transferir a planta da Tritec e todos os equipamentos para a China – inclusive contratando alguns técnicos brasileiros para trabalhar na Ásia –, o consórcio GAZ-AutoVAZ aparentemente deve manter a empresa no Paraná. O negócio foi estimado entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão. Segundo o Kommersant, a Tritec teria conhecimento da intenção dos russos de aplicar outros US$ 4,5 bilhões em projetos para a fábrica – e estaria usando isso a seu favor, para elevar o preço de venda.

Procurada pela reportagem, a DaimlerChrysler – controladora de 50% da Tritec – não quis se pronunciar. A sócia BMW, dona da outra metade, não confirmou nem desmentiu a negociação: "Existem diferentes caminhos para o futuro da Tritec, mas ainda é muito cedo para fornecer detalhes sobre futuras negociações", disse a montadora, por meio de sua assessoria. Em nota, a Tritec infomou que "mantém sua posição em não comentar sobre especulações, como a que foi publicada no diário russo".

Por enquanto, uma coisa é certa: a BMW deixará no negócio no ano que vem. A montadora alemã, que hoje utiliza o motor 1.6 16 válvulas da Tritec em seu Mini Cooper, passará a equipá-lo com um motor fabricado na França pela PSA Peugeot. Esse dado, por si só, é suficiente para causar alguma insegurança aos funcionários da fábrica paranaense, já que mais da metade de sua produção anual (180 mil motores) era vendida para a BMW.

Sabe-se que a DaimlerChrysler já está procurando um novo parceiro, e a BMW não nega a busca por um interessado em comprar a sua parte no negócio. Por isso, não é de se estranhar o apetite de russos e chineses – até porque a fábrica da Tritec é uma das mais sofisticadas do gênero no mundo, e seus motores também são muito estimados pelo mercado automobilístico mundial.

Recentemente, a Tritec informou que seu cenário atual é de "ampliação de seu portfólio de clientes, fornecimento de motores aos novos parceiros e de prospecção de novos mercados e nichos de atuação".

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