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O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda (17) que as medidas tomadas pelo governo federal e pelo Banco Central em relação à crise financeira internacional não vão "isolar" o Brasil da crise internacional, mas disse que o país crescerá acima da média mundial nos próximos anos.

"As medidas não vão isolar o Brasil da crise. Há uma desaceleração, mas o país vai crescer acima da média mundial (...). O Brasil vai ter uma desaceleração no ano que vem, mas em escala muito menor que em outros países", afirmou Meirelles no 4º Congresso Paulista de Jovens Empreendedores, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Para o presidente do Banco Central, é um erro achar que um país pode se manter isolado em relação a uma crise como a atual. "Isso não é viável. Já se tentou fazer isso outras vezes. Isso gera efeitos mais à frente", disse.

Meirelles explicou a empresários os motivos da crise e disse que o Brasil só sentiu os efeitos após a quebra do banco Lehman Brothers. Durante a palestra, ele comparou a crise atual com a crise de 1929 e disse que o diferencial positivo é que, desta vez, as medidas foram tomadas mais rapidamente.

"O mercado demorou um pouco a reconhecer esta crise, mas quando o fez, foi de forma abrupta", declarou.

Meirelles citou ainda que a crise não prejudica as reservas em dólares do país e que a situação internacional favorece a redução da dívida pública do governo. "No momento em que há depreciação [do real] a dívida cai. (...) Depois da crise, a dívida pública caiu fortemente."

Papel do G20

Sobre a reunião do G20 no último final de semana, Meirelles afirmou que os países emergentes terão papel "importante" para a superação da crise.

"O G20 está se tornando talvez um dos mais importantes órgãos, a médio prazo, de discussão da crise e suprir uma parte do G7 (sete países mais industrializados do mundo), tendendo, a longo prazo, ocupar esse papel. Por uma razão simples, porque os emergentes têm uma participação maior na economia mundial", declarou.

Montadoras

Segundo Henrique Meirelles, dados recentes da indústria automobilística mostram uma melhora no repasse de crédito dos bancos das montadoras para os consumidores.

"Nos últimos dois ou três dias, já há quase uma regularização do crédito dos bancos das montadoras. Isso vai aparecer nos próximos dados", declarou.

Ele afirmou que o governo continuará "acompanhando" o crédito. "Temos que acompanhar a questão do crédito nas próximas semanas. Não voltou ao patamar de setembro, mas o percentual de redução decresceu substancialmente."

Reforma tributária

Ao mencionar os desafios do país para minimizar os efeitos da crise, Meirelles pediu que os parlamentares não paralisem as discussões sobre a reforma tributária. "Não podemos deixar que a crise atrase muito essa discussão", afirmou.

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